sábado, 29 de junho de 2013

A ARTE NEM SEMPRE IMITA A VIDA.

Existem pessoas que acreditam que a vida é uma novela; em certas circunstâncias, devemos concordar; acredito que nos momentos mais trágicos, porque os finais felizes.....
Há aquele espectador que assiste todos os dias a uma novela, sem perder um capítulo sequer, e pra falar a verdade, é mais fanático em novela que na sua própria vida pessoal.
Presenciamos isso no dia a dia em cada lar - sempre há um noveleiro de carteirinha,e, na atualidade, não é mais de preponderância feminina, os homens também gostam de assistir novelas. 
A maior ênfase do contexto de uma novela é justamente um assunto que está em baixa - o amor - aquele lindo, perfeito, dos sonhos de todas as pessoas românticas. Interessante é que, até quem diz não acreditar no amor e não se permitir amar, chora aos prantos quando vê o príncipe agarrar aos beijos a princesa da novela. E se não bastasse isso, torce durante toda a novela, rói unhas, fica tenso e chora quando algo dá errado. E, pasmem! Já vi homens fazendo tudo isso.
Outra situação que acontece na novela, mas que na vida real,não tem nada a ver, é o labirinto de acontecimentos entrelaçados entre si que levam todos os personagens, exatamente ao ponto em que o escritor quer para chegar ao tão desejado final feliz.
Isso se parece muito com a interação Deus-homem; Deus dirige os caminhos de cada um aqui para que suas vidas cheguem a um fim; o mais triste é que este fim nem sempre é tão feliz assim. Nosso fim é a morte. Não vejo final feliz em morrer.
Na novela o escritor brinca com as verdades de uma forma mais alternativa e joga com conceitos morais e religiosos fazendo com que as pessoas até mudem seu ponto de vista a respeito de um fato social.
A vida é um conglomerado de surpresas e mistérios, que não tem prazo para terminar. já as novelas têm as suas surpresas e mistérios desvendados em prazo determinado, às vezes até 9 meses...uma gravidez...affs.
E pra fazer mais uma analogia entre a arte e a vida, tudo acontece tão perfeitinho e cronometrado na novela que sabemos que no final tudo vai dar certo, mas....ainda assim existem aqueles que parecem viver a novela, que sofrem horrores, esbravejam, xingam e ficam ansiosos para chegar o outro dia e verem a solução daquele problema anterior. Mal pensam eles que sofrimento pouco é bobagem; neste dia que tanto esperam, ficará mais um mal sem solução, para ser resolvido (quem sabe) no outro dia e assim, terão novamente as mesmas ansiedades do dia anterior.
Isso é terrorismo psicológico; se fosse uma empresa privada te obrigando a assistir você já teria proposto uma ação por danos morais e psicológicos. Não tentem fazer isso crianças.
E olha o poder que tem a mídia em transformar pessoas naquilo que elas jamais foram ou serão; a mocinha ( que tem que ser linda) se apaixona pelo mocinho (que tem que ser lindo) que também se apaixona por ela; já na vida real, ou você tem o dedo podre, ou está com um azar dos diabos mesmo, porque só se apaixona pelas pessoas erradas. 
Já o feio da novela, que é inteligente ( o que entendo, porque já basta ser feio, imagina burro?) fica até ajeitadinho e você, que se estivesse ao lado dele na rua nem o notaria, diz - " Ahhh, ele até que é jeitosinho; eu pego ele" Pára de hipocrisia, você só pega se ele tiver grana e fama; aí sim ele fica bonito pra qualquer uma. E olha, não querendo te entristecer, mas você ele não pega, se não for badalada, corpo malhado, linda e gostosa. Aparição de mídia.
Aqui fora, na vida real, não está muito distante desta visão dramática do escritor da novela, não. As mocinhas belas e gostosas estão à caça de um casamento bem sucedido não importa com quem, mas com quanto $$$$$$.
Aquela velha máxima bíblica - " Tudo aquilo que plantar, isso também ceifará.", na novela, já quase no último capítulo da novela ( o que dá ódio no coração de quem acompanhou e sofreu a novela inteira), o " do mal " paga por todos os seus pecados cometidos durante toda novela e tem um final trágico; já na vida real....kkkk...não sei não...melhor nem comentar.
Ahh, agora chegou o momento...o final feliz...ahh, esse é o mais esperado, e se olhar nos olhos de quem adora novelas neste momento, a pessoa está sentindo uma satisfação, um prazer, uma alegria, que acho que deveria ser analisado pelos cientistas. É algo impressionante mesmo!
A euforia toma conta da pessoa a ponto de desligá-la da terra; e a cara de idiota é mais hilário ainda; e depois que acaba, o comentário é o mais frustrante de todos - " Ahh, que finalzinho mixuruca!"
Kkkkk, o que espero é que, mesmo com todos os momentos engraçados que nos proporciona o drama, a arte, tenhamos consciência de quê a vida é muito mais que uma simples diversão ou brincadeira e que ela nos leva a sério. Um sorriso no rosto faz muitas coisas boas, mas lágrimas também são necessárias; cair é necessário para saber o seu potencial ao se levantar; todas as coisas acontecem em nossas vidas não porque queremos, mas porque uma força maior assim o determinou ou determina.
A arte nem sempre " imita " a vida, apenas se aproxima da sua concepção; a vida está sempre a proporcionar à arte um momento ou situação que a promova. A vida é sempre soberana. Só pode ser imitada. " A vida empresta à arte a sua arte."
Oscar Wilde - " A vida imita a arte, muito mais do que a arte imita a vida." 
Até pode-se entender que ele acreditasse nisso, afinal foi uma dramaturgo e escritor, mas isso não quer dizer que o seu pensamento em relação à vida seja uma verdade única e absoluta.
E aí você ainda pára pra pensar : " Qual será meu final feliz ?" e eu me atrevo a te responder : " Todos os finais de dia, tens um final feliz." Porque se morrer pra você é um final feliz, Carpe Diem!



" O final feliz de cada um é aquele que cada um mais deseja e busca."


Por : Fátima Alcântara 

terça-feira, 25 de junho de 2013

...para sempre....o amor...

E eu que pensei que nunca mais sentiria isso...o coração parar de funcionar por alguns segundos...a boca secar e o brilho dos olhos tornarem-se intensos...o último pensamento do dia ser você! Olhar para o horizonte e ver uma luz radiante brilhando pra mim, me dizendo : Vem! A sensação gostosa de leveza e a ansiedade de te ver de novo. Pensar numa frase boba, tão comum, e ser para mim a frase mais linda do mundo; os risos leves e soltos, numa brincadeira de meninas, o toque carinhoso das mãos, sem intenção, o leve olhar, o abraço gostoso com gosto de quero mais. Lembranças do passado já não existem mais, agora, apenas a certeza de um presente delicioso ao teu lado; saudades? só do último instante em que estivemos juntas; chorar? só de felicidade por ter você e saber que você está aí.Eu pensei que demoraria sentir isso...mas eu senti...e está sendo muito bom! A impressão que tenho é que já era sua muito antes de nos conhecermos e que serei sua para o restante dos meus dias. Nós não falamos muitas palavras de amor, não fazemos promessas ou projetos, mas sentimos que isso acontecerá e que é isso que queremos juntas; JUNTAS...é o melhor de tudo isso.Essa sensação de amor seguro, concreto, sincero, verdadeiro...nada pode ser mais gostoso de sentir...pensar que apenas ouvir sua voz já me faz sorrir sozinha pelas ruas; pensar no teu beijo doce e afetuoso me faz sentir um arrepio gostoso e mais vontade ainda de te beijar. Quase tudo o que vejo me lembra você; a vitrine de uma loja com aquele sapato lindo, que imagino, você iria amar; a escova de dentes, que você disse que um dia seriam duas; a comida diferente que eu sei que você gosta e que comeremos juntinhas; quase tudo, de alguma forma, me faz lembrar você. Um amor que vem, devagar, lentamente, crescendo e se fazendo presente a cada instante, transformando meus dias, nos momentos mais especiais que já tive algum dia. E eu que pensei que não mais sentiria... O que me importa? O que quiseres! É sempre um sonho bom, seja o que for, ao teu lado....o amor acenou pra nós e nós, obedientemente, retornamos nossos olhares, um dentro do outro...perdidamente... Por : Fátima Alcântara

domingo, 23 de junho de 2013

COTIDIANO

É interessante como nós seres humanos, vivemos um cotidiano tão conturbado e complexo que acabamos por deixar passar desapercebido, coisas tão pequenas, mas tão significantes do dia a dia. Tudo começa quando você se levanta pela manhã; sair da cama já é um sacrifício, embora sejam apenas minutos, pois, depois que você sai do chuveiro, parece que recebeu uma carga de 220 W.
Quando você se olha no espelho, tem dias que a vontade que dá é voltar pra cama e dormir até o último do sono, mas é obrigado a dar um " up " nos pensamentos e correr contra o tempo porque seres iguaizinhos a você, estão atrasados da mesma forma. É aí que você percebe que existe uma enorme diferença entre 6:00 hs e 6:05 hs.
O pior dos dias é aquele em que tudo parece estar dando errado; a roupa que você queria usar naquele dia está na lavanderia, seu cabelo parece ter sido emaranhado, seu corpo parece ter levado uma surra durante toda a noite e quando você olha no espelho...affs...sua pele está igual a papel amassado.
Ahh, como este dia podia acontecer algo de extraordinário, no qual você pudesse usar como desculpa para não ter que ir trabalhar; mas enfim, se você se permitir isso por um dia, vai querer fazer isso todos os dias, porque a preguiça sempre arranja um jeito de se alojar em você todos os dias pela manhã; em tempos de inverno então, sair debaixo do edredon é como uma longa e cansativa maratona.
Não existe nada pior do que você, depois de passar por todo este processo entre sair da cama e sair de casa para trabalhar, ter que encarar de frente, outros milhões de seres humanos, com a mesma rotina que você, nos meios de transporte abarrotados e lentos em horário de rush.
Seu dia já começou estressante; você entra no meio de transporte e tem que suportar o espaço mínimo de menos de um metro quadrado para dividir com média de 3 pessoas ou mais - e o que é pior - se você tirar o pé daquele lugar, vai ter que ir como saci até esvaziar-se o espaço que você está.
E, para ser ainda pior - o que os meios de transporte conseguem - são aqueles tais seres humanos do gênero masculino, que acham que bunda de mulher é encosto para consolo de seu pênis carente; essa situação, muitas vezes torna-se até cômica. Certa vez, estava dentro de um metrô, quando ouvi os gritos de uma senhora que batia fortemente num homem com sua bolsa; este indivíduo, protegia com sua bolsa, o seu pênis porque estava fora da calça. A senhora, revoltada, tentava arrancar de suas mãos, a bolsa, que o protegia. A situação, se não fosse trágica, seria no mínimo cômica; o que não deixou de provocar muitos risos em meio à revolta das mulheres dentro do metrô.
E ainda pior é saber que você já não tem mais opção; se você resolve ir pelos meios de transportes públicos, você encara a super lotação, o desconforto, os atrasos e o trânsito; se você for de veículo próprio, você encara o congestionamento, o estresse na direção e a dor no bolso pelo gasto do combustível.
O que não se pode deixar de contar também, somando aos diversos problemas no trajeto ao trabalho, são os odores, que, dá a impressão de que algumas pessoas são adeptos de alguma tribo que não é muito fã de chuveiro; mais ainda, aqueles que parecem ter sérios problemas com a escova dental; e para não esquecer aquilo que, na minha concepção é o pior de todos - aquele indivíduo que passa no boteco antes de entrar no meio de transporte e seu café da manhã é um copinho americano de pinga pura e uma cebolinha em conserva.
Enfim, depois das muitas angústias passadas no trajeto para o trabalho, você tem que sair para fora deste meio de transporte; bem, sair não é um problema, sair é a condição; ou você sai por livre e espontânea vontade ou você é "expulso" com ou sem vontade.
Quando você consegue chegar ao trabalho, já muito cansado, desgastado e estressado, você sabe que vai encarar mais um pequeno problema - o chefe - ahh, o chefe...nem sempre damos sorte que este seja aquele chefe bacana que tem um certo equilíbrio no relacionamento chefe-subordinado; existem aqueles que trazem todos os seus problemas pessoais juntos para a empresa; a mulher disse, à noite, que estava com dor de cabeça e ele não conseguiu dar uma " rapidinha " para aliviar a tensão do dia! Aí, você vê na cara dele que a noite não foi nada boa e o " bom dia " vem com gosto amargo de " não se dirija à minha pessoa ".
O seu dia é repleto de todos os acontecimentos possíveis, bons e ruins e o que você mais espera é chegar a hora de almoço pra dar uma paradinha e tentar em mais ou menos uma hora, aliviar a tensão que começou bem cedo.
Enfim, chega a hora mais esperada; a saída do trabalho, a hora de ir pra casa; e você já sai pensando em como será seu trajeto de volta, já que é o mesmo que você fez pela manhã para chegar ao trabalho. A única diferença é que este horário é um pouco melhor porque você sabe que depois de chegar em casa estressada, você poderá entrar embaixo de um chuveiro e relaxar o corpo na água quente.
Enfim, você chega em casa...e se você tem filhos, eles já correm pra cima de você, falam todos ao mesmo tempo, querem, todos, a máxima atenção, fazem cobranças, reclamações, e lá está você novamente, numa zona de conflitos diários.
Quando enfim, você consegue pôr a cabeça no travesseiro, vem seu maridinho ou esposa e resolve querer fazer amor; dependendo do seu estado de espírito,  ou você está muito cansada e inventa algo pra fugir deste momento, ou você está bem a fim, e tem mais uma maratona a cumprir pra findar o seu dia.
Enfim, seu dia é tão cheio de tarefas que sua mente e seu corpo acabam por se acostumar com esta rotina, sem se dar conta de que algo precisa ser mudado para não entrar na rotina. E é aí que entra, aquele algo que passou desapercebido. 
Nesta rotina diária você não conseguiu enxergar muitas coisas que podem mudar seu dia, coisas que só podem ser percebidas com um olhar mais clínico, com um ouvido aguçado; para perceber este algo você tem que estar numa sintonia consigo mesmo e parar por um segundo que seja e se desligar do cotidiano e das preocupações.
E na verdade, nada disso importa muito, porque na verdade, somos criados numa cultura que não nos permite viver bem com a tranquilidade e a passividade; adoramos essa correria, essa adrenalina toda, essa loucura.
Estamos tão enraizados no barulho do trânsito das grandes metrópole, dos grandes centros comerciais, em meio à poluição e tempo escasso.
Toda essa atividade faz parte de todo nosso momento e só vai se tornando inconveniente quando você vai envelhecendo, que é um momento físico e psicológico em que você está tão desgastado por tudo isso, que não aguenta mais e já deseja um lugar mais tranquilo, silêncio, natureza.
É nesse momento que, alguém que viveu toda esta rotina pára pra pensar e diz pra si mesmo : " Estou ficando velho "; e aí vem mais uma neurose na vida deste ser - inconformismo - sim, inconformismo com a velhice que se aproxima; nem todas as pessoas sabem lidar com isso e nem todas aceitam esta condição que é inevitável na vida do ser humano.
Afinal de contas, a vida é um ciclo com pontos marcados; acostumar-se, aceitar, absorver os acontecimentos do dia a dia é o mais natural possível para quem se propôs a, simplesmente viver; porque o conflito mais sério na vida do ser humano é o único com o qual, ser humano algum quer pensar ou acostumar-se ; a morte.
Enfim, nascer e morrer são as lógicas da vida, porque o resto...ahh, o resto são apenas circunstâncias e consequências dos nossos atos e vontades. Daí, a única coisa a se fazer : Viver. Porque não há segredos, não há projetos, não há fórmulas; nada pode ser exatamente calculado ou formatado. Simplesmente viver.




Por : Fátima Alcântara

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Amar de novo!

É interessante como todas as pessoas falam, sentem e projetam o amor; falam de suas dores, seus desamores, suas desilusões, cada um da sua forma e no seu entendimento, sem mesmo serem experts no assunto.
Falar de amor, na concepção de cada um é tão subjetivo quanto falar da morte antes de morrer. As pessoas expõem suas dores de amor como se isso fosse seu último suspiro, mas percebem, quando ele se vai, o quanto insignificante se tornou.
No que concerne ao que é igual à todos, o amor é um sentimento que nasce de repente, sem explicações ou definições, perdura por um tempo indefinido e vai-se embora de uma forma mais indefinida ainda; ninguém explica o que o fez amar à alguém, mas consegue definir o que o faz ir-se de repente para longe desta pessoa.
Muitas vezes, depois de acordar desta letargia nostálgica, nos perguntamos : " O que foi que me fez amar esta pessoa? Daquelas que nos fizeram bem e felizes, sabemos a resposta, mas e daquelas que nos fizeram mal e infelizes? Porquê amamos tais pessoas?
Nada é tão concreto e conciso quando se fala de amor; há amores bandidos, amores supremos, amores que mudam, amores que se eternizam em outra forma; cada fase desse tal sentimento chamado amor é ainda uma incógnita para nós reles mortais.
Nele ( o amor) se exprime todos os sentimentos que contornam o coração do ser humano a ponto de se confundir até mesmo com outros sentimentos, talvez a posse; nele se perfaz o melhor e o pior de alguém, todas as suas vontades e desejos, todos os seus intuitos e objetivos.
Falar de amor é uma dádiva individual; ele absorve todos os conceitos e aspectos pessoais, os mais loucos até; cada pessoa ama de uma forma? cada pessoa ama com uma intensidade? Pode o amor ser medido assim? Será que realmente é amor?
Quando ele ( o amor) nasce, é como o desabrochar de uma flor, incrivelmente belo, gostoso de sentir, cheio de luz, ensolarado; o tempo o transforma; ou ele cresce e torna-se esplêndido e completo ou vai morrendo aos poucos, perdendo sua cor, seu brilho, sua intensidade.
Existem amores (poucos) que perduram por longos anos, outros por algum tempo (muitos) e outros que duram quase nada (milhares); o que são estes amores? São realmente amor? Ou algo os faz durar por tempos diferentes?
Dizem alguns, mais velhos, que " antigamente" os amores duravam muito tempo; existem algumas vertentes que tentam explicar esta duração; alguns amores mais antigos, na verdade, subsistiam por causa dos costumes, o que na verdade não era mais amor e sim, em função da família, sociedade, bens e filhos; outros amores sobreviviam ao tempo por posse e outros simplesmente por hábito de estar juntos.
Com certeza, existiram os amores verdadeiros, as grandes paixões que perduraram, resistindo ao tempo e às evoluções de uma sociedade cada vez mais independente e individualista.
Mas, nem por tudo isso, o amor perdeu a sua essência; ele continua o mesmo; apenas os possuidores já não são os mesmos; perderam a essência e solidez necessárias para que este amor, puro e verdadeiro continuasse a existir dentro de si.
A minha concepção de amor já foi mais pura, mais verdadeira, mais leal; as decepções, desilusões, o descrédito fizeram com que este amor se perdesse de mim; aprendi com as pessoas que este amor deve existir em mim, por mim, apenas por mim.
Falar de amor, na concepção de muitos, é explanar o próprio sentir, é falar daquilo que aperta o coração, que dá um nó na garganta, é sentir aquele sentimento chamado saudade; falar de amor é indefinido, é subjetivo, não dá pra entender, só sentindo.
O amor foge a dicionários e a regulamentos, supera outro sentir, adorna os lábios de um sorriso espontâneo e enche o coração de algo que não se explica; o amor é inenarrável, inexplicável, é voraz.
Então pensei : " Não mais sentirei esse sentimento tão sublime? Engana-se aquele que acredita que nunca mais o sentirá. Ele chega, devagar, com sutileza; entra sem pedir licença e transborda como o vinho em uma taça e se transforma novamente naquele sentimento um dia perdido lá atrás. Ele absorve novamente sua mente e seu coração, quando não mais existia sombras da sua existência.
E, enfim, o amor, novamente chegou! Feliz por amar novamente.



Por : Fátima Alcântara

domingo, 16 de junho de 2013

Inocência Perdida


" Olhando aquele pequeno ser chegando ao mundo, extraído do útero de sua mãe, belo rebento que traz alegria àqueles que esperaram ansiosamente por 9 longos meses."
Os projetos e sonhos idealizados em torno de um pequeno ser que rompeu a mística e maravilhosa luz da vida; o amor imenso e inexplicável da mãe que rompe as razões humanas.
Mas um dia, esta alegria tão intensa, muda de figura, destrói os sonhos e projetos dos pais e transforma-se nestes que hoje, aterrorizam a sociedade num crescimento incontrolável nas vias marginais de uma sociedade desestruturada e negligente.
A marginalização dos adolescentes não sucede a fatores sublinhados nos lares mais humildes ou naqueles em que os pais são ausentes; esta marginalização está acontecendo aleatoriamente, sem fazer escolhas sócio-econômicas.
Nós, seres humanos, não viemos totalmente " prontos " ao mundo; trazemos em nossa genética, aquilo que pode ser absorvido no sangue; traços e porte físicos, trejeitos, voz, cor, e mais algumas características minúsculas; mas ao longo de nosso crescimento, vamos adquirindo o que chamamos de " matéria-prima do meio ".
Numa sociedade com sistema de controle estratificado, totalmente consumista e competitivo que baseia seus valores nos bens que um sujeito possui, na beleza física, na esperteza e na quantidade de números que possui sua conta corrente, o comportamento marginal nestes garotos (as) perdidos(as), encontra amparo para se deflagar o caos  numa parte frágil desta sociedade.
E alguém pode usar a frase - " Basta ter esforço e trabalhar que não será necessário roubar."....será?  Eles são " produtos do meio " em que vivem, a sociedade os transformou,; não estou fazendo aqui defesa destes infratores, porém, baseando-me no fato de que " ninguém nasce pronto " e que se as oportunidades fossem iguais para todos, uma boa parte destes não ingressariam por este caminho.
Existem uma diversidade de fatores a serem estudados entre estes garotos (as) que começam em casa, no lar, entre a família e terminam nas celas de internação; os fatores sociais sempre ligados à auto-estima, à condição social e ao convívio social são relevantes no desenvolvimento e estrutura psicológico-social destes garotos (as).
A ausência eficaz e permanente dos pais na educação do lar, a deficiência no interesse escolar e a influência daqueles que já se perderam pelo caminho, são também fatores condicionantes para desencaminhá-los; há um colapso nas políticas públicas de educação e sócio-educativas que precisam ser analisados e desveladas as contradições que as envolvem.
A evasão escolar é sem dúvida a porta para a inserção destes que os remete a dois espaços distintos - a sala de aula e a cela.  A baixa escolaridade é um dos motivos para o aumento da criminalidade destes menores, assim como de sua imensa distância do racional e do coerente; eles sabem que seu caminho é quase " sem volta ", mas mesmo assim, encontram-se conformados e prontos para entrar numa guerra suja e cruel, perdendo a noção do valor da vida.
Se formos desenhar uma árvore genealógica para descobrir o ponto de partida da "culpa" por essa desordem no desenvolvimento dos adolescentes nesta sociedade, saberemos que a desigualdade social e a falta de oportunidades iguais são os fatores que propiciam este crescimento da marginalidade.
Psicólogos, sociólogos e tantos outros estudiosos sobre o assunto, fazem suas doutrinas e tentam unificar os conceitos da melhor forma para diminuir o crescimento desenfreado da marginalização dos garotos(as), mas sem a consciência e vontade política nada se pode alcançar de muito relevante.
É preciso retomar os fatos do princípio e tentar encontrar o meio mais adequado para a ressocialização, mas principalmente, para evitar que  saiam das salas de aula e cheguem às celas. 
A educação é a ponte mais eficaz para introduzir na sociedade os valores e conceitos morais e éticos adequados à uma sociedade bem estruturada; a base encontra-se no lar, dentro de casa, entre a família e dela provém a ideia de que, o melhor caminho, é sem dúvida, a educação e a diminuição da desigualdade social.
Eles não podem ter tênis, roupas e aparelhos eletrônicos caros; eles não podem ter o mínimo daquilo que a mídia " incita " ser o melhor; eles não podem alcançar objetivos e ter perspectivas sobre o futuro; eles não podem enxergar uma " luz no fim do túnel " além da luz abstrata do caminho da morte...
Eles podem ser bons e honestos, trabalhadores e decentes? Eles deveriam ser...como pode uma garoto (a) entra na sala de aula e suportar a zombaria de alguns colegas porque o tênis dele não tem "marca" ou que a sua camiseta não é de "etiqueta", ou até mesmo por morar num bairro e casa mais simples e humilde?
Seria necessário uma estrutura psicológica bastante resistente e uma auto-afirmação de si mesmo além dos padrões naturais humanos; o reflexo de tudo isso, somado aos conceitos pré-concebidos da sociedade midiática que insiste em inserir nas mentes a ostentação.
As políticas públicas têm que atentar-se com muita ênfase na busca de soluções para os problemas sociais que vêm transformando cada vez mais, jovens em menor idade nos criminosos mais violentos até pouco tempo, vistos apenas em adultos criminosos.
Tudo é apenas um efeito dominó que vai desencadeando os fatos sociais que transformam uma sociedade nisso que estamos presenciando em diversos países do mundo. É preciso dar soluções e não " varrer a sujeira " para debaixo do tapete.




Por : Fátima Alcântara




sábado, 1 de junho de 2013

BULLYING...ato de covardia.

NOTA : Não sou uma expert no assunto em epígrafe, mas acredito que a experiência e o conhecimento me proporcionam oportunidade de escrever aqui.

BULLYING -  Uma palavra que tornou-se muito conhecida e discutida recentemente, mas que de recente nada tem; é um assunto que talvez, possamos afirmar que existe desde o princípio, pois é uma das características do comportamento " perverso " do ser humano. É um fenômeno que só recentemente ganhou maior atenção no meio social e na mídia.
É um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais ou repetidos, praticados por um ind ivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.
Existem estudos nas áreas sociais que definem as causas deste ato repugnante e perverso; é um fato que pode acontecer em todos os  setores da sociedade, ou seja, onde houverem pessoas, aí pode acontecer o bullying.

CARACTERIZAÇÃO :


Este comportamento pode acontecer entre quaisquer pessoa, de qualquer idade e cultura; muitas vezes atitudes que embora pareçam inofensivas, podem, de forma sutil, provocar as mais diversas reações na pessoa que recebe, trazendo danos materiais e psicológicos.
Geralmente, estatisticamente, isso acontece em maior número entre as crianças e adolescentes, nas escolas e na vizinhança; o comportamento é agressivo e negativo, é executado repetidamente e denota um certo desequilíbrio entre as partes envolvidas.
Isso dificulta a socialização do indivíduo intimidando-o a conviver em sociedade e também, intimidando outros a conviverem coma vítima;  direta ou indiretamente, tenta-se impor o poder sobre a vítima.


CARACTERÍSTICAS DOS BULLIES :

Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidade autoritária, combinada com uma forte necessidade de controlar e dominar; há poucas evidências de que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima, mas tem uma rapidez impressionante em se enraivecer e usar a força.
É também, provável que, a maioria dos bullies sofreram bullying na infância.

Insultos, acusações, ataques físicos, depreciações, ameaças, sarcasmos, entre outros, podem transformar a vida de uma pessoa num verdadeiro inferno psicológico;  os que sofrem bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis que podem levar o indivíduo a atitudes extremas.

Exemplo disso :

Curtis Taylor (EUA) - foi vítima de bullying por 3 anos seguidos, até que, não suportando mais, suicidou-se.
Jeremy Wade Delle (EUA) - matou-se, aos 15 anos, dentro da sala de aula, diante dos amigos e professor, como forma de protesto por sofrer bullying.
O massacre do realengo  (BRASIL) - 12 crianças morreram alvejadas por tiros - o atirador matou-se deixando documentado que a motivação para o crime foi por ser vítima de bullying.


Os EUA, na última década, sofreu uma epidemia de tiroteios em escolas praticados por alunos que afirmavam ter sido vítimas de bullying. O bullying pode acontecer em qualquer lugar, sob qualquer circunstância e em muitas situações caracterizados por atitudes violentas e dolorosas. 



INDICATIVOS DE SOFRIMENTO PELO BULLYING:

Urinar na cama, insônia, transtornos alimentares, isolamento social, depressão, tristeza, mal rendimento escolar, tentativa de suicídio, entre outros diversos.

No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas, a negligência pode ser tida como coautoria e os pais podem ser obrigados a pagar indenizações e sofrer processos por danos morais.
A responsabilidade por bullying podem se enquadrar em Processo Penal, Civil e Defesa do Consumidor.

" Quando criança sofri bullying na escola por diversos motivos, num momento porque era pobre, noutro momento porque meus cabelos eram encaracolados e até mesmo por ser inteligente; nada disso me causou um dano maior, mas me fez chorar muitas vezes durante a noite no travesseiro e sentir vontade de não sair de casa. Superei tudo isso porque fui forjada no fogo."

Decidi escrever este texto, não só pela importância e relevância do assunto nos dias atuais, mas também, por ter conversado com uma garota, amiga de minha filha, que sofreu bullyng na escola e ainda sofre; percebi nela a baixa estima e o pessimismo quanto à sua pessoa e tudo se dá por causa do bullying que sofreu e ainda sofre.
A dignidade humana deve ser respeitada acima de tudo pois somos todos absolutamente iguais em situações e circunstâncias diferentes, mas iguais em direitos e obrigações.
Ninguém é obrigado a gostar ou amar à alguém, mas RESPEITO é DEVER de todos!





Por : Fátima Alcântara