quinta-feira, 31 de maio de 2012

DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA...é este o caminho?

O ser humano precisa de comida para viver porque é de sua natureza ter a necessidade do alimento, precisa de médicos e remédios para combater suas doenças porque seu corpo necessita destes cuidados, precisa de tranquilidade e paz para conviver em sociedade; o ser humano precisa de educação para tornar-se um ser sociável e decente segundo os critérios de uma sociedade em crescimento, precisa de trabalho para suprir suas necessidades e não estar à margem desta sociedade; e o ser humano precisa de drogas para quê??
Há quem concorde com a liberação por conceitos sociais e até pode-se entender; por acreditar que liberando-a, a procura será minorizada pela ausência de proibição, por acreditar que diminuirá de alguma forma a violência para alcance da mesma, entre outros conceitos; libera-se a droga, mas continuará havendo os que a procuram por já encontrarem-se viciados; continuará existindo aquele que as vende e lucram com o vício alheio. 
Concordo até que o álcool é uma droga tão prejudicial quanto a maconha e é liberado; coisa que também tem que ser revista nas nossas leis, mas um erro não pode justificar outro; será que a sociedade está preparada para suportar o aumento do uso de maconha e consequentemente o aumento do uso de outras drogas nocivas á saúde e á sociedade em geral?
Falar de liberação do uso de drogas é um assunto complexo, mas não deixa de ser taxativo o fato de que é uma droga (coisa alheia às nossas necessidades humanas, a não ser a droga que funciona como remédio); não há objetivamente nenhum argumento que comprove quaisquer benefício ao ser humano e á sociedade do uso desta droga. Contrário disso, vemos opiniões diversas de especialistas quanto ao uso de qualquer droga :
" A liberação da maconha vai trazer um problema de saúde pública para o Brasil. A nossa rede de saúde não esta preparada para atender os casos. O uso medicinal da maconha pode ser feito em compridos, por exemplo. Fumar não faz bem aos pulmões vai causar mais problemas pulmonares e também ocasionar alguns problemas mentais, como alguns casos de surtos psicóticos e outras síndromes. A maconha pode afetar a memória recente", explicou o diretor científico da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas , Jorge Jaber.
" Não há nenhuma experiência positiva sequer neste sentido em todo o mundo: sempre houve aumento no consumo de substâncias que fazem mal à saúde e podem causar dependência no momento da liberação, e os mais jovens são as maiores vítimas. Já encontramos casos de câncer de garganta e de boca  em jovens que fumam baseados", ressaltou  Carakuschansky.  "O efeito nocivo da maconha é mais lento que outras drogas e atualmente o teor psicótico que antes era de 0,5% agora esta quase 20 vezes maior", complementou.
Contrário de perder-se tempo com descriminalização da maconha, o Brasil tem fatores muito mais importantes a pensar e agir a favor e contra; por exemplo:
  • A fome
  • A miséria
  • A saúde pública precária
  • A educação ruim
  • A falta de moradia
  • A desigualdade social
  • A corrupção política
Entre outros tantos problemas sociais que vivemos.
Acredito que, através da educação, podemos diminuir o acesso ás drogas, minimizando assim, o uso e fragmentando assim, o tráfico de drogas.
Sei que não se pode falar em extermínio do tráfico de drogas, mas a prevenção é sempre o melhor remédio.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

HOMOFOBIA - Crime e Ignorância.



































Homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível") é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicasgaysbissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatiadesprezopreconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violência com base em uma percepção de orientação não heterossexual.
Coretta Scott King, declarou: "A homofobia é como o racismo, o anti-semitismo e outras formas de intolerância na medida em que procura desumanizar um grande grupo de pessoas, negar a sua humanidadedignidade e personalidade."
Este tem sido um tema muito discutido em todos os setores da sociedade e também assunto em pauta para estudantes e sociólogos,além de ser um assunto complexo e polêmico demais ;  é um fato conhecido de todos desde os tempos mais remotos, no entanto, a sociedade ainda não consegue se desvincular de ideias preconizadas pelo cristianismo que protagonizou a discriminação e o preconceito contra esse grupo de pessoas que têm apenas uma opção diferente daquela conhecida como " normal ", ou seja, a heterossexualidade.
Por milhares de anos, o amor entre iguais era tão comum que o  conceito de homossexualidade nem existia; a mais de 3 mil anos, as leis hititas, herdeiras do código de Hamurabi, reconheciam a união entre pessoas do mesmo sexo.
Na Grécia e Roma antiga, era absolutamente normal um homem mais velho ter relações com um homem mais jovem. O filósofo grego Sócrates, era  adepto do amor homossexual.  O judaísmo já pregava que as relações sexuais tinham como único fim a ordenação divina : " Crescei e multiplicai-vos."
Com a conversão do Rei Constantino ao cristianismo, este tornou-se obrigatório e consequentemente sua concepção quanto ao sexo também; como o amor entre iguais não provia a possibilidade de procriação, começou a ser visto como antinatural.
Mais tarde, o imperador Justiniano, que também era cristão, escreveu o primeiro texto de lei proibindo a homossexualidade; vinculou o relacionamento ao adultério, o que era crime e tinha como pena a morte. O crescimento do cristianismo e do islamismo só reforçou a ideia de que a homossexualidade era pecado e a teoria da procriação também foi reforçada com isso.
Com a conversão ao protestantismo e a reforma de Martinho Lutero e com o humanismo renascentista os valores clássicos voltaram á tona. Pintores, escritores, dramaturgos e poetas celebravam o amor entre os homens.  E o mais forte foi o fato de que entre a nobreza, que costumava ditar modas,  o amor entre iguais era muito livre e intenso.  E o mais importante, sem censura alguma, ficaram notórios os casos homossexuais de monarcas como o inglês Ricardo Coração de Leão (1157-1199).
Com a assolação da peste negra na Europa entre 1347 e 1351, como se desconhecia a causa da doença, a especulação ultrapassou os limites da saúde pública, alcançando os costumes; o " pecado " vivido pelos homens era apontado como causa destas doenças e de muitas outras catástrofes como fome e guerra; culparam os judeus, hereges e sodomitas; não havia outra solução, senão a erradicação destes grupos.
Resultado? 70 anos de perseguição aos homossexuais em Florença. na Inglaterra o século XIX começou com o enforcamento de vários cidadãos acusados de " sodomia ".  Em 1861 o país aboliu a pena de morte por sodomia, substituindo-a por 10 anos de trabalhos forçados.
Não contentando-se com estas barbaridades, a ciência inventou outro tratamento contra a homossexualidade : a lobotomia.  Consistia em uma cirurgia que cortava um pedaço do cérebro, mais precisamente o nervo do córtex pré-frontal. Fizeram lobotomização em mais de 7.000 gays entre EUA, DINAMARCA E SUÉCIA; o tratamento era aplicado porque a homossexualidade passou a ser vista como uma doença, uma espécie de defeito genético.
No final do século passado, a situação começou a mudar quando o assunto passou a ser discutido sem os estigmas até então carregados. Em 1979 a Associação Americana de Psiquiatria  finalmente tirou a homossexualidade de sua lista de doenças mentais.  Na mesma época o advento da AIDS teve um resultado ambíguo para os homossexuais. Durante os anos 80 e 90 , a maioria dos países desenvolvidos descriminalizou a homossexualidade e proibiu a discriminação contra gays e lésbicas. Em 2004 o Supremo Tribunal dos EUA invalidou todas as leis que ainda proibiam a sodomia.
“Em toda a história e em todo o mundo a homossexualidade tem sido um componente da vida humana”, escreveu William Naphy, diretor do colégio de Teologia, História e Filosofia da Universidade de Aberdeen, Reino Unido, em Born to Be Gay – História da Homossexualidade. “Nesse sentido, não pode ser considerada antinatural ou anormal. Não há dúvida de que a homossexualidade é e sempre foi menos comum do que a heterossexualidade. No entanto, a homossexualidade é claramente uma característica muito real da espécie humana.” Para muitos, ainda hoje sair do armário continua sendo uma questão de tempo. As portas, no entanto, vêm sendo abertas desde a Antiguidade.
Imperadores Adriano e Nero, Sócrates, Leonardo da Vinci, Alexandre, o Grande, Júlio César, calígula, Maria Antonieta, rainha da França; Ricardo Coração de Leão, Oscar Wilde entre tantos outros assumidos e escondidos.
Entre nuances de naturalismo e pecado, a homossexualidade sempre foi um assunto difícil de plena aceitação; ainda hoje, com uma ciência avançada e progresso e evolução do mundo e o conhecimento das coisas, as pessoas ainda olham de forma estranha uma opção que é milenar.
Na atualidade, a homossexualidade tem seus pontos mais extremos; há aqueles que simpatizam, apoiam (principalmente por ter alguém da família que seja gay), os que vêm como ato normal; mas há também aqueles que odeiam, não concordam e até mesmo aqueles que agem com violência quanto a estes grupos.
Além de todas as conquistas que os grupos gays alcançaram com o passar dos tempos, entre lutas e debates por meio da legislação e da mídia, também estão as passeatas que iniciaram tímidas com poucos corajosos e que ano após ano foi crescendo o número de adeptos, como na Parada Gay em São Paulo, uma das maiores do mundo.
Ainda existem muitas resistências à estes grupos ( Bissexuais, homossexuais, transexuais, travestis), inclusive, resistências estas que levam alguns a cometer crimes com extrema violência a um ser humano, pura e simplesmente por não estarem estes de acordo com os moldes ensinados por determinadas famílias conservadoras, fanáticas e ignorantes. 
Não é devido a pensamentos escritos por ancestrais nos primórdios tempos, onde o conhecimento ainda não era dos melhores, que temos a liberdade de discriminar alguém por sua simples e livre escolha.
Não devemos permitir que cometamos as mesmas atrocidades que HITLER cometeu em nome de uma raça ou crença, onde, seres humanos eram tratados como bichos estranhos á própria raça humana devido a concepções e conceitos agressivos e desumanos.
A homossexualidade é ainda mais ignorada quando parte dos homens por uma sociedade machista que, a grosso modo, pode " aceitar " a união de duas mulheres, ainda que embaixo de olhares críticos, mas não admite a união, o amor, os gestos carinhosos de dois homens.
Ninguém é obrigado a aceitar quaisquer opção ou escolha de quem quer que seja, porém é dever constitucional o respeito à liberdade de escolha de todo cidadão, seja ela qual for. Isto é lei e, portanto, quem a contraria comete crime. Art. 5º CF
É importante enfatizar algo inerente a quaisquer influência da sociedade ou educacional : a homossexualidade entre os animais. Se fosse algo como " distúrbio ou desvio de personalidade ", então não poderia ser algo peculiar dos animais. 
Uma pesquisa de 1999,  feita pelo pesquisador BRUCE BAGEMIHL, mostra que o mesmo comportamento foi observado em cerca de 1.500 espécies de animais, variando de primatas a vermes intestinais e é bem documentada em 500 delas. 
Uma das espécies em que essa orientação é predominante, é a ovelha; cerca de 10% dos carneiros (machos) se recusa a acasalar com fêmeas, mas prontamente se acasalam com outros carneiros do mesmo sexo. Além disso uma parte do reino animal é bissexual. Percebeu-se também entre as girafas durante o acasalamento, quando, 9 em cada 10 pares ocorre entre machos.
Muitos cientistas ficam na dúvida ainda maior quanto aos pinguins onde, indivíduos do mesmo sexo são companheiros por toda a vida, mesmo quando surge a oportunidade de terem uma companheira fêmea.    A espécie mais fascinante que admite a homossexualidade é o golfinho-rotador - habitantes de Fernando de Noronha. Alguns  leões também se relacionam com outros do mesmo sexo sem nenhum problema, preferindo a fêmea apenas para reprodução.
                                                                                                  
Sendo assim, por quê então, os seres humanos, racionais e dotados de entendimento não podem por livre e simples condição escolher o que melhor lhe cabe como companheiro ou companheira?
Assim como alguns grupos ou tribos têm o direito de escolher entre suas cores, seus hábitos, costumes e vestimentas, assim também têm direito à escolha de suas preferências sexuais. Ser humano algum tem o poder de discriminar quem quer que seja por aquilo que lhe é condicionado pela natureza ou pela livre escolha. O respeito á diversidade deve ser primordial em tempos de evolução e, principalmente num país onde há diversidades de línguas, costumes, cor de pele,  religião, etc...
Se a própria natureza com sua sabedoria e beleza, permitiu que seus seres viventes tivessem livre arbítrio para viver suas próprias concepções, quem somos nós para limitarmos uns aos outros àquilo que pensamos ou entendemos por certo ou errado?
A homossexualidade não tem nada de " anormal " como querem alguns; nada mais é que um ser humano com condição diferente do heterossexual, assim como o heterossexual é um ser humano com condição diferente do homossexual.
" Somos  TODOS IGUAIS  diante de Deus, dos homens e das leis "
Exterminarmos com a homofobia e com todos os preconceitos é permitirmos a liberdade a todo ser humano independente de raça, cor, religião e condição sexual.
Através da educação nos lares, pelos pais e nas escolas pelos educadores, podemos exterminar com estes conceitos arcaicos e retrógrados e evoluir para um mundo de paz entre os seres humanos, onde as diferenças são apenas aparentes.
Lutando pelo direito natural como seres humanos iguais e pelo direito constitucional como cidadãos da terra.





Por : Fátima Alcântara








sábado, 12 de maio de 2012

A OUTRA FACE DO SAGRADO





Falar de assuntos que são tabus, complexos ou sagrados numa sociedade onde ainda impera, de certa forma, conceitos arcaicos e ultrapassados e onde ainda, a religião tem força preponderante nos valores e costumes de um povo, torna-se um perigo para aquele que se atreve. Perigo, digo, não de sofrer qualquer dano físico, mas moral; de certa forma, quanto a isso nunca me preocupei, já que no conceito desta mesma sociedade, sou um tanto quanto imoral mesmo.
O ser humano muitas vezes pensa, mas lhe falta coragem de falar o que pensa; a razão disto é que falta em muitos uma certa característica predominante daqueles que têm personalidade forte e caráter absoluto. É claro que há também uma grande influência do sistema, das circunstâncias, do momento.
Pairando sobre este prisma, depreendemos que há de haver um certo equilíbrio entre uma coisa e outra; não se pode tomar certas atitudes sem antes pensar nas suas consequências; nem sempre é objetivo falar o que pensa, mas é importante saber que há momentos em que isso faz a diferença.
Podemos entrar num debate sobre diversos assuntos, mesmo que ainda tabus ou complexos; de certa forma, isso aguça o interesse de muitos; afinal de contas em meio a uma sociedade onde a futilidade impera propagada pelos meios de comunicações, quaisquer assunto mais inteligente acaba por chamar a atenção.
Fora isso, dois assuntos são demasiadamente complicados demais para se colocar em pauta: futebol e religião. São assuntos de uma complexidade imensa e que tem como perfil a característica de " favoritismos e crença ". E quanto a gosto e crença, dizem, " não se discute ". Não obstante saber que há fanatismo como característica comum a ambos.
Mas, como sempre fui muito atrevida e ousada, não dispensarei a oportunidade de cutucar os mais ignorantes e de provocar os mais fanáticos. Falar de futebol, nem pensar; acho de uma tamanha asneira brigar ou discutir por causa de um assunto que sequer nos dá algo de valor, ao contrário dá valores altíssimos à jogadores, técnicos e clubes.
Mas, como não nasci para seguir regras, e sim para quebrá-las, vou expor aqui os meus conceitos e pensamentos sobre o assunto : Sagrado, ou seja, religião.
Todos os conceitos, parâmetros, crenças que os homens tem hoje sobre religião e o ser divino que é o seu núcleo, começou a milênios atrás de uma forma, subjetivamente conhecida por meios dos escritos sagrados que conhecemos como bíblia sagrada.
Através dos escritos históricos temos o conhecimento dos acontecimentos do " princípio " de tudo. De acordo com estes escritos, a história da humanidade inicia-se no " céu "; lá, onde o soberano chamado Deus, mantinha seu trono e seus discípulos, começou uma guerra que dura até hoje; a guerra entre Deus e Lúcifer (satanás - adversário em hebraico  ou diabo - caluniador, acusador).
Lúcifer, palavra oriunda do latim, que significa " lucen ferre " e que quer dizer " portador de luz ", era o nome do " anjo caído "; existem muitas opiniões divergentes quanto a esse anjo ser realmente o diabo; independente das opiniões sobre este nome, sabemos que ele foi um anjo belíssimo e forte e que perdeu sua posição no céu por causa do  seu orgulho e arrogância. Isaías 14:12-15 - muito embora este texto tenha sentido conotativo, pois fala também de um rei.
Como não existe alguém que tenha participado deste acontecimento ou conhecido pessoalmente a Deus e a Lúcifer, ficamos apenas com as conjecturas e fixamo-nos na subjetividade da história; sempre haverá controvérsias, afinal de contas, papel aceita tudo.
Nesta briga entre seres divinos pelo poder absoluto e monopolizado, é claro que alguém teria que " pagar o pato "; e advinha quem? 
Pelo que qualquer ser humano com o mínimo de discernimento e intelectualidade pode compreender nas leituras bíblicas, Deus criou o ser humano com a melhor das intenções, mas não sei por quê, perdeu-se em seu projeto; se realmente ele tudo sabe, é onisciente, onipresente e onipotente, porquê então colocou no meio do jardim a árvore do conhecimento? Se realmente não queria que o homem conhecesse o pecado, por quê então aguçou sua curiosidade quanto à árvore no meio do jardim? Se ele é realmente onisciente, ou seja, sabe de tudo antes mesmo que aconteça, por quê então não deduziu que sua criação iria lá fuçar a tal árvore?

Na minha forma de pensar, ele criou já de início um preconceito contra a mulher; ele a criou para ser submissa ao homem. Por causa disso, as mulheres sofreram ao longo dos tempos e ainda até hoje em algumas religiões que caminham baseadas nestes textos ultrapassadíssimos.
Ao longo dos textos bíblicos podemos ver claramente que uma das coisas pelas quais lutamos não foi preconizada por Deus, mas sim contextualizada num banho de sangue entre nações e culturas. Deus criou o homem, mas não lhe permitiu a liberdade de pensamento, pois estabeleceu regras pelas quais os homens deveriam seguir e obedecer com a sanção de perder a alma se o desobedecesse e sem possibilidades de contestar.
Com o crescimento da população na terra, aconteceram todos os problemas sociais, naturais às necessidades humanas; com este crescimento Deus definiu que teria sua preferência quanto á sua criação, escolhendo os judeus, só porque os demais, chamados gentios não aceitaram sua imposição.
Mandou o dilúvio, matando maior parte daqueles a quem ele mesmo criou, tentando estabelecer sua vontade, alheio ainda a realidade, ou seja, o homem, por natureza de sua criação era constituído do bem e do mal e que as duas coisas andam juntas, complementam-se.
Após o dilúvio, o homem, como era de se esperar, continuou " pecando " e com isso, provocando a ira do soberano que com isso era contrariado; resolveu então Deus, criar mais uma de suas invenções falíveis : a diferença. Decidiu separar os homens entre " salvos " e gentios, ou seja, aqueles que não seguiam suas regras e por ele eram desprezados, a não ser que se " convertessem " aos seus preceitos.
Foi aí que começou o que até os dias de hoje, os homens brigam para eliminar : - as guerras.
O que podemos lembrar também é a briga de Deus e seu adversário maior : Satanás. Pelo poder absoluto e domínio do mundo, Deus travou uma briga divina com Satanás. E nesta sua briga, colocou em cheque, os homens, que a seu ver, obedecendo suas leis estariam ao seu lado, seriam merecedores de suas benfeitorias e contrariando-o estariam designados a morar com satanás no inferno.
Para tornar os judeus (sua nação escolhida) dominantes entre os demais, ordenou que matassem os gentios para tomar-lhes as terras e dominar o mundo. Com isto os homens, até os dias de hoje têm a cultura disseminada de lutar, mesmo que por meio de mortes dos demais humanos, por terras e poder.
Ao perceber o erro que cometeu, Deus resolveu enviar seu filho - o que eu queria entender que me é contraditório quando na própria bíblia faz-se uma menção : Deus é comparado à mãe que jamais permitiria que seu filho sofresse qualquer dano, tamanho é seu amor. 
Ele enviou o próprio filho para ser vituperado para salvar a criatura de suas mãos; para mim é o mesmo que dar um tapa e depois acariciar. Enviou então Jesus, que no meu entender era de uma intelectualidade e de uma humildade inconfundível. Ele sim, pregou a igualdade, a fraternidade e o amor de forma singela e genuína; não fez diferença entre uns e outros, embora tenha cometido falhas possíveis de enxergar ao longo de seus textos.
Exemplo disso está em Matheus 15.21 - o texto conta uma passagem sobre a mulher cananéia que pede socorro por uma filha que se encontra adoentada mentalmente ( o que o texto denomina como " endemoninhada "). 
No verso 26 do mesmo texto ele diz : " Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-los aos cachorrinhos." - comparando-a a um cachorro só porque ela era " gentia".
Humildemente ela responde-lhe : " Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores." - verso 27.
Na sua trajetória na terra ele pregou amor, humildade e fé e estes ensinamentos perpetuam-se entre a humanidade.
Durante todos os séculos o homem viveu numa briga constante entre o ser natural, constituído do bem e do mal e o ser divino, que busca a perfeição ( se é que ela é possível ); e nessa briga, vive entre os conflitos sociais criados também por Deus. Sim, pois, no primeiro livro bíblico ele mesmo diz: " Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal." ( Isaías 45.7)
Enfim, escrito por homens, textos consideravelmente complexos sobre a natureza divina e humana e sobre o princípio de tudo, o que podemos compreender é que ainda hoje, com toda ciência existente, ainda é um enigma de onde viemos e para onde iremos. Eu, por exemplo, se for verdade todo o texto bíblico já sei que vou para o inferno.
Em nome do sagrado, foi criada a inquisição. Foi uma forma de supressão à " heresia ", forma esta de combater o sincretismo religioso. O condenado era muitas vezes responsabilizado por acontecimentos naturais como : pestes, terremotos, doenças e fome. A punição era perda de bens, liberdade, a morte por meio de fogueira.

A igreja católica, religião preponderante neste século, criou um tribunal para julgar os hereges; com isso apoderava-se das terras destes e tornava-se mais forte; quaisquer pessoa que tivesse qualquer conhecimento, considerado pelos líderes das igrejas como bruxaria, eram queimados nas fogueiras e os delatores dos mesmos adquiriam status na sociedade como fiéis dignos.
A tortura também foi usada como meio para se obter a confissão ou reconhecimento da " verdade "; muitos outros artifícios foram usados em nome de " Deus " para impor-se os conceitos religiosos de alguns líderes religiosos.
Na verdade em meio a tudo isso, nota-se apenas, por trás da cortina, os interesses de se manter o poder religioso e dos monarcas contra quem ousasse expor pensamentos contrários aos dos religiosos poderosos deste tempo.
Entre católicos, protestantes e outras diversas religiões, existem até os dias de hoje, as guerras religiosas que constituem o mais absurdo ato humano de se impor sobre outros e o desrespeito à liberdade de pensamento.
Aquilo que na verdade foi criado para trazer a união, o bem comum e a paz, tornou-se ferramenta para massacrar e exterminar com outros ideais e ideologias que não aquelas que " alguns ", que se acham no direito de dominar, impõem.
Verdade é que, nos dias de hoje, principalmente no Brasil, esta intolerância, está em parte exterminada, devido a legisladores que, agraciados por uma intelectualidade admirável, determinaram nas leis a igualdade entre todos, mesmo com suas facetas controvertidas.
Aquela que deveria ser feita para unir, para propagar a paz e a fraternidade é usada para separar, desunir e criar conflitos religiosos entre os iguais. A outra face do sagrado será sempre contraditória e complexa, pois crença é uma coisa empírica, não comprovada cientificamente e, portanto, difícil de se estabelecer como verdade única.
Não obstante a sua complexidade, sabemos que muitas vezes a crença, a religiosidade pode também cooperar com o entendimento de alguns quanto a sua disposição para o bem, para a fraternidade. O sagrado é ainda hoje um misto de misticismo e fé e embora alguns (como eu e Tomé) não acreditam senão nas coisas que pode ver e tocar, existem aqueles que vivem em função disso.
Não sabemos ao certo de onde viemos, por quê viemos e para onde iremos; o que importa na verdade é que somos todos iguais debaixo dos céus e que a igualdade, a liberdade e a fraternidade são, sem dúvida alguma, o melhor caminho a se seguir para uma sobrevivência decente e digna nesta terra para onde fomos enviados.
Para escapar da culpa pelos seus erros, alguns religiosos usam como subterfúgio culpar  ao diabo; para denominar-se superiores, espiritualmente, usam textos bíblicos apontando e condenando aos demais; para obter a outorga de tutores da verdade, usam os textos bíblicos denominando-se conhecedores deles.
A religião tornou-se ferramenta e argumento para alguns incautos impôr-se sobre outros e disseminar a diferença, o pré-conceito e autoafirmação. A outra face do sagrado é aquela que vivemos hoje na realidade, quando vemos pastores vivendo uma vida de conflitos, prevaricações, atos ilícitos entre outros males de uma sociedade moderna. Quando vemos padres pedófilos e conceitos irracionais das igrejas católicas como o celibato.
Coloca-se uma bíblia embaixo dos braços, prega-se uma vida que não conseguem, eles próprios viverem, e julgam àqueles que querem seguir suas próprias convicções. A quem deu Deus o cetro para julgar? A quem deu Deus a supremacia da razão para determinar o que é verdade?
Não quero aqui impor meus conceitos e pensamentos, mas apenas fazer pensar o outro lado do sagrado; pensar se realmente estamos agindo como seres racionais ou estamos querendo impor, mesmo que de forma inconsciente, nossos próprios pensamentos e conceitos àqueles que preferem viver conforme suas  próprias  concepções.



Por : Fátima Alcântara










segunda-feira, 7 de maio de 2012

A SEGUNDA FEIRA.

A segunda feira, mundialmente conhecida na cultura popular como o dia mais " aborrecido " da semana, é aquele dia em que todos, unanimemente estão relaxados por causa do fim de semana que a antecede.
A bem da verdade, isso é psicológico, pois é um dia como todos os outros, sofrendo apenas a influência do final de semana que provoca uma certa " preguiça " naqueles que, após o domingo, terão que encarar uma maratona de 5 ou 6 dias de trabalho.

Eu  sou testemunha viva de que ela, algumas vezes nos dá algumas compensações; eu deveria ter colocado o segundo nome dos meus 3 filhos de segunda feira, pois os 3 nasceram numa segunda; portanto, para mim, ela trouxe compensações por ser um dia " chato ".

Esse pseudo-dia foi criado por um homem que não tinha nada melhor pra fazer na Inglaterra no início do Século X.
John Garfield, um inglês meio gordo, preguiçoso e comilão, resolveu criar um dia especial para que os empregados da sua fábrica trabalhassem ainda mais.
A semana tinha só 6 dias, e o Domingo era o dia de descanso. Garfield ficava em casa, vendo TV e navegando na internet, quando percebeu que seus lucros não eram altos o suficiente.
Descobriu, num lampejo de inteligência único e jamais repetido, que bastava criar mais um dia.
O jovem abestado gritou "Estrume!" (Eureka em inglês) e desenhou um novo Calendário, com algumas anotações embaixo.
Toda Semana, a partir de agora, terá 7 dias, sendo o Domingo o dia de descanso e a Segunda-Feira, novo dia criado, o Dia do Repensamento. Ou o dia em que você quer descansar mas tem que trabalhar.
O repensamento nada mais é do que o arrependimento dos pecados cometidos durante a semana.
O interessante é que, ao mesmo tempo que as pessoas foram condenadas a se arrepender dos pecados nessa tal de Segunda-Feira, elas também foram punidas já que esse dia também é o dia de Murphy.
Mas o destino aplicou uma grave peça no ilustre Senhor Garfield.
Na primeira Segunda-Feira do novo calendário, Garfield sofreu uma série de acidentes bizarros que culminaram com sua morte, que ocorreu após ter sido ele atropelado por um burrico com sarna, o que hoje seria algo como ser atropelado por um fusca rosa.
Além disso, milhares de anos depois, uma personagem de história em quadrinhos foi criada com seu nome.
E ele odeia Segunda-Feira.
O que existe de mais interessante sobre a segunda feira é que ela é a vítima e não nós; é um dia como todos os outros, apenas, por ordem cronológica, vem após o domingo que é o dia de dormir até tarde, reunir-se com a família, sair, passear, curtir, etc...
No domingo, já dormimos desanimados e irritados por pensar que o dia seguinte é " segunda " e que teremos que iniciar uma jornada de trabalho por ela; aí então, nos arrumamos (na maior parte do tempo, já atrasados), saímos de casa e...meios de transporte lotados, porque parece que na segunda feira, todo mundo sai de casa no mesmo horário e atrasados. Entrar nestas conduções não é o problema, porque você é jogado, empurrado ou arrastado para dentro dela; o problema é sair, sim, sair de dentro da condução já é bem mais complicado quando você  desce antes de todo mundo. Aí você tem que fazer como jogador de futebol americano....e dá-lhe empurrão!
Ainda por cima você encontra dentro dos meios de transporte, pessoas mal humoradas, odores desagradáveis, conversas chatas logo pela manhã, entre outros fatores perturbadores. E você ainda dá sorte, se você não encontrar um que insiste em falar com você e logo na segunda feira que você não está nada a fim de conversar. Para finalizar toda esta merda, quando você chega na empresa, atrasado leva logo cedo um esporro do patrão.
Para complementar o estigma da segunda feira, ficamos o dia todo rezando pra segunda feira acabar; e quando ela finda...affs....que alívio!!! Na terça feira já está tudo mais tranquilo só porque a segunda feira acabou.

Bem, ao que podemos depreender de tudo isso, coitada da segunda feira que talvez nunca seja desestigmatizada; talvez se houvesse a primeira feira, quem sabe a segunda não seria aliviada?
Aliás, olhando para os calendários históricos, a primeira feira seria o domingo que antecede a segunda; o que não muda nada, pois são apenas nomes dados a um dia que antecede outro ou posterior a outro.
Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado ou Domingo na verdade são dias comuns como todos os outros, porém, psicologicamente e da forma estabelecida pelo comércio para dias de descanso, consideramos que os melhores dias para nós são : Sábado e Domingo!
Affs...e pra completar, hoje é segunda feira....meu Deus!!!! Termina logo este dia!!!!!



Por : Fátima Alcântara


sábado, 5 de maio de 2012

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS...

Não quero ser pretensiosa ao falar da vida, porque quanto mais pensamos saber, mais aprendemos que nada sabemos; da vida tudo subtraímos e dela nada levamos; quanto mais vivemos mais aprendemos e mais absorvemos.
Um dia após o outro nos ensina que não há uma fórmula para o saber, que não há regras para o viver e que não há conceito que não se possa mudar.
Hoje penso o que pensei ontem, mas alguns pensamentos já não são os mesmos de outrora; faço planos que não fiz ontem e traço a minha trajetória sem saber se assim o será amanhã.
Nasci nua, crua, sem formato; a vida, aos poucos me modelou, formulou, me conduziu; adquiri, absorvi, aprendi, evoluí; algumas coisas em mim não são minhas, apenas meu corpo, minha alma e minha mente.

A vida, meu habitat, o meio, a natureza me fizeram o que hoje sou; o que veio em mim da natureza foi se revelando aos poucos preconizado pelo que a vida moldou; minhas concepções não foram pré estabelecidas, mas foram formuladas pela vida.
Da minha genética vieram as características herdadas no sangue, mas o meu ser, a minha personalidade, formaram-se pela vida, pela experiência que ela me deu e que eu, inteligentemente, absorvi; " A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS "...a cada dia concordo mais ainda com esta frase.
À minha frente foram colocados dois caminhos e eu só tinha uma escolha a fazer, e eu a fiz; caminhando entre rosas e espinhos, escolhi o que o sábio escolheria : viver prudentemente, de forma sucinta e singela, a passos estreitos e pacientes.
Fazendo as melhores escolhas, depois de receber da vida, o suficiente para decidir por mim mesma; de tudo aquilo que ela me deu sem que prejudicasse aos que ao meu lado estavam, sem magoar ou machucar o meu próximo, escolhi aquilo que me fez bem; de tudo aquilo que ela me mostrou, sem causar danos alheios, escolhi aquilo que me trouxe prosperidade; de tudo aquilo que ela me proporcionou, sem passar por cima de alguém, escolhi aquilo que melhor me condicionou na vida.
Viver é um dom divino,saber viver é um dom natural; conduzir a vida da melhor forma possível não é para todos, mas para aqueles que não andam perdidos nas suas vaidades, mas atentos a cada detalhe, a cada instante, a cada fato.
Quando chegar ao final desta trajetória, poderei dizer sim, que absorvi e guardei da vida, o melhor que ela me proporcionou; poderei dizer sim, que respeitei ao máximo aqueles que passaram por ela ao meu lado, àqueles que, de alguma forma, cooperaram para que minha vida fosse o que é hoje.
Da vida nada se leva, mas a tudo se aproveita. Se podemos reciclar aquilo que produzimos, podemos também reciclar o que a vida nos permitiu de mal; reciclei a tudo aquilo que não me fez bem na vida; o resto, imprestável, joguei fora; aquilo que ainda pude aproveitar, moldei para que me somasse.
As escolhas que fiz na vida, de alguma forma, consegui transformar, reciclar, moldar, para que hoje pudesse ter daqueles que me vêem um olhar de admiração.
O que levo da vida não é algo palpável, de valor pecuniário, mas algo imensurável, que só aqueles mais sábios conseguem enxergar; levo da vida, comigo, o que há de melhor no viver; levo comigo, da vida, o bem maior que alguém pode ter: a lembrança na mente e nos corações de alguém que, na sua trajetória aqui, a cada dia de sua vida, marcou momentos e acontecimentos inesquecíveis e de alguém que deixou nos corações muitas saudades.

Se hoje fosse meu último dia na terra, sairia desta vida satisfeita comigo por ter tirado de muitos rostos um sorriso de alegria, de muitos corações o peso da tristeza e de muitas outras vidas a dor do sofrimento.
O que levo de maior comigo mesma não são os bens que adquiri ( porque estes perecem aqui), mas o bem maior que é a própria vida, bem vivida, dividida em coisas boas com todos aqueles que me rodeiam.
Não levo inimigos porque não os fiz, não levo o mal porque ele de mim não se aproxima, não levo a dor porque ela em mim não permanece; não levo derrota porque não sei o que significa, não levo tristeza porque não a conheço; levo apenas comigo a certeza de que fiz o melhor de mim para que tudo fosse quase perfeito( sim, quase, porque a perfeição não é perfeita sem as imperfeições).
Que cada um de nós saiba, viver a vida com dignidade, olhando não só para a frente, mas para os lados, onde permanecem também aqueles que nos acompanham nesta caminhada.
As minhas escolhas foram feitas, não egoisticamente, mas tentando, da melhor forma, não me esquecer de outros que também seguem este trajeto com as mesmas tristezas e as mesmas alegrias.
Nas minhas escolhas eu chorei, sorri, eu vivi, e o mais importante de tudo é que vivi; nas minhas escolhas caí, levantei, e o mais importante de tudo é que vivi; nas minhas escolhas perdi, ganhei, e o mais importante é que vivi; nas minhas escolhas parei, continuei, e o mais importante é que vivi; nas minhas escolhas eu me fiz.
A vida é feita de escolhas; escolhas estas que não nos são impostas, mas apresentadas; escolhas que não devem ser vistas de olhos fechados, mas com a mente e o coração abertos.



Por : Fátima Alcântara

sexta-feira, 4 de maio de 2012

À minha ruivinha....

Eu até pensei que ter filhos seria o ápice dos meus predicados, mas Deus foi muito mais além...desdobrou a minha genealogia, inovou e me mostrou que perpetuará minha passagem por aqui de uma forma bela e sem igual.
Muito de surpresa, ele me presenteou com um serzinho pequenino e delicado; cheio de graça e de beleza; e para completar, um ser excepcional; uma linda ruivinha de olhos azuis.
Rafaella Alcântara Noronha veio para mostrar-me que irei mais além daquilo que imaginava ir; me deu extrema alegria e renovou-me os ânimos.
Ter uma criança em casa é sempre uma alegria; filhos dão alegrias, mas netos, dão muito prazer e alegria, pois é o seu sangue perpetuado na terra.


A você, minha netinha Rafaella : " Se você crescer, tornar-se uma mulher e eu não mais estiver aqui, quero que saiba, que você me trouxe imensa alegria, mesmo em meio a surpresas e conturbações."  Seja forte, destemida e guerreira e lembre-se sempre de manter dignidade, caráter e acima de tudo, verdade, sinceridade.  TE AMO minha netinha linda.

crescendo... aprendendo....


adquirindo personalidade...mostrando personalidade...







  
 desenvolvendo....desenvolvendo.....


Minha decendência (filha e neta)















Como eram bons aqueles tempos...


Lembro-me com saudades dos meus tempos de infância; ahhh, a velha infância, como diziam os tribalistas; os tempos passados sempre serão motivo de sorrisos e lágrimas quando nos lembramos deles.
Bons tempos aqueles em que brincávamos com os amiguinhos nas ruas, nas praças, nos parques; as brincadeiras de pular corda, esconde-esconde, carrinhos de rolemãs, entre outras tantas brincadeiras que ocupavam nossas horas livres; hoje, em discrepância a estes momentos, já não existem mais estas brincadeiras, mas em lugar delas, tornou-se parte de nossas vidas, o computador, os vídeo-games, os celulares, etc...



 Foram-se juntamente com estes velhos costumes a inocência; meninos e meninas brincavam sem qualquer maldade, sem intenções, como se fossem irmãos; a violência era algo inédito no dia a dia, sendo visto apenas, de longe pelos meios de comunicação.
Eram aqueles tempos onde, pela manhã aos domingos, impreterivelmente, o horário da missa era sagrado; mamãe nos acordava cedinho, tomávamos banho, nos trocávamos e saíamos para a missa como se fôssemos para uma festa.
Tudo era muito novo, todos os dias; eram momentos de sonhos e fantasias; mais fantasias que sonhos na verdade. Não havia preocupações com o futuro, vivíamos apenas o momento.
Lembro-me de MADONNA, timidamente, iniciando sua carreira e WHITNEY HOUSTON, numa ascensão sem limites com aquela bela voz; lembro-me de FRED MERCURY e BOY GEORGE quebrando tabus contra a homofobia; de MICKAEL JACKSON e suas mudanças preconceituosas e problemáticas e dos MENUDOS que traziam um misto de garotos bonitinhos e arrumados que enlouqueciam as menininhas (menos eu, que é claro, preferia ver ANGÉLICA cantando " vou de táxi ")
Era um tempo em que os tabus não eram discutidos á luz do dia e que as conversas de adultos eram apenas para adultos, muito embora, eu, sempre abelhuda, ficava espreitando aos pés dos adultos as suas conversas e por vezes me metendo, dando minha opinião.
Eram tempos em que estudar era a forma de ser " culto ", inteligente e não a forma de alcançar um status na sociedade e uma colocação no patamar dos mais bem-sucedidos.
Naquele tempo ficar era " não ir ", mas existia aquela coisa de dançar juntinho (era muito bom); e no dançar juntinho, roçavam-se os rostos e de repente...lá estava você beijando ou sendo beijada...mas aquilo não era ficar, porque logo, por meio daquele beijo, tornava-se um namoro. Podia até não durar muito, mas dava namoro.

Ainda me lembro dos " bailinhos " que íamos, que hoje se chama " balada "; a música dançante que se chamava " FUNK " e que hoje é uma coisa que insistem em chamar música; era do tempo da discoteca, do " Dancing Days ", da evolução das vestimentas e da revolução de uma juventude mais livre e mais rebelde.
Embora, a droga já existisse em grande escala, ainda era uma coisa propagada realmente entre os marginais; hoje ela prolifera entre as melhores famílias e toma conta das famílias mais simples.
Nestes tempos assistíamos filmes e programas mais inocentes e simples, menos inovadores e emblemáticos; eram tempos em que, aos nossos olhos, menino só gostava de menina e vice-versa, mas que os que gostavam de pessoas do mesmo sexo se escondiam com medo da discriminação; jogar futebol era coisa de meninos e fazer unhas e usar brinco era coisa de menina, o que hoje é diferente mas não muda o caráter.
Naqueles tempos falar de homossexualidade? De forma alguma. Era um tabu que envergonhava qualquer curioso e aborto era coisa de herege. Também lembro-me bem que lugar de bandido era na cadeia e corrupção....ahhh, essa sempre existiu, mas em menor escala que hoje.
Ainda me lembro que mamãe insistia em enfiar goelas abaixo aquele remedinho que até hoje existe : Biotônico fontoura; mas era divertido ver o comercial com aquela musiquinha; isso era animadinho.
Naqueles tempos, as máquinas eram apenas geringonças auxiliares, hoje dominam a vida cotidiana do ser humano e até, toma proporções gigantescas a ponto de tornar o ser humano inútil.
Naquela época, ser rico era apenas ser rico; hoje ser rico é ter muito dinheiro, andar de carrão e ostentar nas viagens, roupas e baladas.
Naqueles tempos adultério era crime e festa junina era lugar frequentado por todos, onde poderiam acontecer encontros inesquecíveis; naqueles tempos pó era só poeira e não existia o termo " bala perdida ".
Enfim, tantas coisas mudaram, outras mais evoluiram, reinventaram-se, transformaram-se; uma coisa é certa, algumas coisas ainda se mantém no mesmo lugar, da mesma forma; o homem evolui, transformou-se, reinventou-se, mas não deixou de ser HUMANO.
Ainda vivemos pelas mesmas coisas e objetivos, ainda vivemos sem saber para onde vamos, ainda vivemos buscando nosso EU interior, ainda vivemos tendo apenas uma certeza : a de que iremos MORRER.





Por : Fátima Alcântara