sexta-feira, 4 de maio de 2012

Como eram bons aqueles tempos...


Lembro-me com saudades dos meus tempos de infância; ahhh, a velha infância, como diziam os tribalistas; os tempos passados sempre serão motivo de sorrisos e lágrimas quando nos lembramos deles.
Bons tempos aqueles em que brincávamos com os amiguinhos nas ruas, nas praças, nos parques; as brincadeiras de pular corda, esconde-esconde, carrinhos de rolemãs, entre outras tantas brincadeiras que ocupavam nossas horas livres; hoje, em discrepância a estes momentos, já não existem mais estas brincadeiras, mas em lugar delas, tornou-se parte de nossas vidas, o computador, os vídeo-games, os celulares, etc...



 Foram-se juntamente com estes velhos costumes a inocência; meninos e meninas brincavam sem qualquer maldade, sem intenções, como se fossem irmãos; a violência era algo inédito no dia a dia, sendo visto apenas, de longe pelos meios de comunicação.
Eram aqueles tempos onde, pela manhã aos domingos, impreterivelmente, o horário da missa era sagrado; mamãe nos acordava cedinho, tomávamos banho, nos trocávamos e saíamos para a missa como se fôssemos para uma festa.
Tudo era muito novo, todos os dias; eram momentos de sonhos e fantasias; mais fantasias que sonhos na verdade. Não havia preocupações com o futuro, vivíamos apenas o momento.
Lembro-me de MADONNA, timidamente, iniciando sua carreira e WHITNEY HOUSTON, numa ascensão sem limites com aquela bela voz; lembro-me de FRED MERCURY e BOY GEORGE quebrando tabus contra a homofobia; de MICKAEL JACKSON e suas mudanças preconceituosas e problemáticas e dos MENUDOS que traziam um misto de garotos bonitinhos e arrumados que enlouqueciam as menininhas (menos eu, que é claro, preferia ver ANGÉLICA cantando " vou de táxi ")
Era um tempo em que os tabus não eram discutidos á luz do dia e que as conversas de adultos eram apenas para adultos, muito embora, eu, sempre abelhuda, ficava espreitando aos pés dos adultos as suas conversas e por vezes me metendo, dando minha opinião.
Eram tempos em que estudar era a forma de ser " culto ", inteligente e não a forma de alcançar um status na sociedade e uma colocação no patamar dos mais bem-sucedidos.
Naquele tempo ficar era " não ir ", mas existia aquela coisa de dançar juntinho (era muito bom); e no dançar juntinho, roçavam-se os rostos e de repente...lá estava você beijando ou sendo beijada...mas aquilo não era ficar, porque logo, por meio daquele beijo, tornava-se um namoro. Podia até não durar muito, mas dava namoro.

Ainda me lembro dos " bailinhos " que íamos, que hoje se chama " balada "; a música dançante que se chamava " FUNK " e que hoje é uma coisa que insistem em chamar música; era do tempo da discoteca, do " Dancing Days ", da evolução das vestimentas e da revolução de uma juventude mais livre e mais rebelde.
Embora, a droga já existisse em grande escala, ainda era uma coisa propagada realmente entre os marginais; hoje ela prolifera entre as melhores famílias e toma conta das famílias mais simples.
Nestes tempos assistíamos filmes e programas mais inocentes e simples, menos inovadores e emblemáticos; eram tempos em que, aos nossos olhos, menino só gostava de menina e vice-versa, mas que os que gostavam de pessoas do mesmo sexo se escondiam com medo da discriminação; jogar futebol era coisa de meninos e fazer unhas e usar brinco era coisa de menina, o que hoje é diferente mas não muda o caráter.
Naqueles tempos falar de homossexualidade? De forma alguma. Era um tabu que envergonhava qualquer curioso e aborto era coisa de herege. Também lembro-me bem que lugar de bandido era na cadeia e corrupção....ahhh, essa sempre existiu, mas em menor escala que hoje.
Ainda me lembro que mamãe insistia em enfiar goelas abaixo aquele remedinho que até hoje existe : Biotônico fontoura; mas era divertido ver o comercial com aquela musiquinha; isso era animadinho.
Naqueles tempos, as máquinas eram apenas geringonças auxiliares, hoje dominam a vida cotidiana do ser humano e até, toma proporções gigantescas a ponto de tornar o ser humano inútil.
Naquela época, ser rico era apenas ser rico; hoje ser rico é ter muito dinheiro, andar de carrão e ostentar nas viagens, roupas e baladas.
Naqueles tempos adultério era crime e festa junina era lugar frequentado por todos, onde poderiam acontecer encontros inesquecíveis; naqueles tempos pó era só poeira e não existia o termo " bala perdida ".
Enfim, tantas coisas mudaram, outras mais evoluiram, reinventaram-se, transformaram-se; uma coisa é certa, algumas coisas ainda se mantém no mesmo lugar, da mesma forma; o homem evolui, transformou-se, reinventou-se, mas não deixou de ser HUMANO.
Ainda vivemos pelas mesmas coisas e objetivos, ainda vivemos sem saber para onde vamos, ainda vivemos buscando nosso EU interior, ainda vivemos tendo apenas uma certeza : a de que iremos MORRER.





Por : Fátima Alcântara






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