domingo, 21 de abril de 2013

Pare pra pensar!

Desde que o homem descobriu uma forma diferente de viver e aprendeu, a largos passos o que era a evolução, que estamos sucumbindo e tendo que voltar atrás; valores, conceitos e culturas sendo modificadas dia a dia; aquilo que antes nos fazia bem, mostra seu lado prejudicial para que tenhamos que " rever nossos conceitos ".
Com o passar do tempo o homem saiu daquele mundo natural e iniciou sua escalada ao desenvolvimento de novas técnicas que o ajudariam a desempenhar seus trabalhos, suas necessidades e seu cotidiano aliviando as dificuldades.
Essa evolução, em parte, foi muito relevante na vida de todos, trazendo maior conforto e proveito do tempo para que o homem pudesse ter maior disposição e saúde e também, tempo hábil para desenvolver mais.  Mas o tempo foi passando, chegou o tempo das máquinas, da tecnologia, dos veículos automotores; essa evolução alavancou o mundo e trouxe consigo os benefícios de poupar o homem de muitas fadigas.
Mas, assim como há a existência do bem e do mal, visto da forma espiritual, assim também, veio com esta evolução, o benefício e o malefício, acompanhando esta evolução e nos deixando distantes do ideal de vida. 
A corrida por possuir todos os benefícios que esta evolução trouxe ao mundo, por um lado, benéfica, também nos ocasionou e nos somou os malefícios de uma sociedade em pleno desenvolvimento, mas com a exclusão dos menos favorecidos.
O primeiro passo do homem foi descobrir que poderia ter mais que outros e insurgiu com isso na sociedade as desigualdades, reflexo da ambição do homem contra o homem; e o produto deste fato geraram-se a pobreza,as guerras, a doença e a criminalidade - os malefícios da evolução.
Não nos reservando apenas a estes fatores, vieram com esta revolução a agressão à natureza que, tão bela quanto a sua concepção, também sofreu os malefícios da evolução; derrubaram árvores, criaram asfaltos em cima da terra, sufocaram as águas límpidas com seus dejetos e o que nos restou disso - enchentes, poluição, secas, terremotos e revoltas do mar.
Ainda analisando esta evolução, nos voltamos para a tecnologia; com ela os avanços que dantes vistos como benéficos, mostraram seu outro lado nada claro - a substituição do homem pelas máquinas, a dependência do homem destas mesmas máquinas, a marginalização do homem na sociedade e a corrida uns contra os outros para acompanhar esta tecnologia toda e até mesmo para obtê-la a qualquer custo.
Não há aqui intenção de se levantar bandeiras contra a evolução; ela tem também seu lado benéfico na vida do ser humano como um todo - a ciência favoreceu um mundo obscuro quanto à saúde e conhecimento do corpo humano, nos beneficiou com as máquinas e tecnologias que viabilizam nosso cotidiano corrido e suavizam nossas tarefas; o conhecimento nos trouxe maior abrangência em tudo aquilo que dantes nos eram estranhos e nos permitiu um avanço extraordinário no tempo contra os males naturais.
Mas porquê então, ainda assim, os malefícios nos afetam tanto? Será que há outro caminho a se tomar, paralelamente à evolução que corre a passos largos? Será que podemos alcançar um equilíbrio entre o bem e o mal e termos uma vida social e naturalmente estáveis no mundo?
Ao deixarmos de lado todos os princípios humanísticos e abrir mão de nossa natureza espiritual, nos atendo na maior parte do tempo em nossas ambições pelo sucesso material e por esta evolução, abrimos mão também de algumas coisas que poderiam ainda neste século estar presentes em nossas vidas.
Estamos correndo depressa, contra o tempo, para chegar aonde? 
A fraternidade entre os homens desapareceu, o conceito do que é bom mudou, os ideais de vida se alteraram e o futuro tornou-se obscuro pelas mãos do homem. Estamos numa selva de pedra onde, homens engolem homens, onde é respeitado quem mais tem e onde " ao que mais tem lhe será dado e ao que não tem, mais lhe será tirado ".
Aquilo que seria o ideal de vida hoje é ridicularizado e a filosofia de um mundo melhor fica apenas nas palavras dos sociólogos e filósofos editadas em livros. Estamos num mundo onde todos os dias mata-se um leão para sobreviver, dentre aqueles que engordam suas contas com o preço do sangue das minorias.
Pode-se acreditar num mundo melhor? Podemos ter esperanças de que isso um dia aconteça? A evolução poderá ser significativa para a vida do homem e a natureza um dia?
Chegamos num momento em que estamos revendo nossos erros e ao tentar consertá-los parece-nos piorar cada vez mais. A palavra esperança já perdeu sua essência e o conceito de ser humano perdeu o seu valor.
Assim segue a humanidade...a passos largos, sabe Deus para onde...




Por : Fátima Alcântara


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Filosofar é lindo, mas a realidade é bem diferente...

Existem pessoas que vivem buscando nas ideias e conceitos de outros uma justificação para a sua própria forma de pensar. As ideias estão espalhadas pelo mundo, nas mentes mais inteligentes ou nas mais rebeldes; tudo é uma questão de " verdade própria ". O ser humano está sempre em constante revolução com seus próprios pensamentos e ideais e a bem da verdade, nunca tem tanta certeza de qual verdade se aproxima mais da sua verdade.
É muito fácil se aproveitar de ideias filosóficas e achar " bonitinho ", abraçar esta ideia como se identificasse com ela e torná-la parte do seu contexto; filosofar é sempre muito lindo; te faz viajar por ideias e conceitos que parecem perfeitos e que se encaixam na sua maneira de viver e pensar; faz com que você encontre nestas ideias alguma coisa em que se agarrar, mas...
A realidade é muito mais severa e talvez muito mais cruel. Se não fosse assim, todas as nossas atitudes seguiriam uma trajetória correta e perfeita. Não cometeríamos diversos erros, não ficaríamos indecisos, não voltaríamos atrás, não pediríamos perdão.
A vida não nos permite ter conceitos pré concebidos, não nos permite alinhamentos, não nos permite perfeição; na sua imperfeição ela traça trajetórias que nós mesmos muitas vezes não conseguimos nos desviar delas.
Duas coisas fazem parte do nosso cotidiano : O amor e o dinheiro. Os dois são os alicerces daquilo que vivemos aqui na terra. O amor, ahh, o amor. As pessoas, no atual século, já não sabem bem o que ele é; as novelas exprimem ainda, romanticamente, aquele amor incondicional, perpétuo; e conseguem tocar os corações mais duros fazendo-os viajar por um mundo do qual já estão muito distantes, apenas por momentos. Falar da " cara metade " é uma coisa retrô, essa é apenas uma forma filosófica de se falar de amor; " amor eterno ", somente enquanto dura; na filosofia isso pode até parecer " cafona ", mas se olharmos pela realidade, se fosse cafona, as pessoas conseguiriam viver só, sozinhas, consigo mesmas; se você se casa, namora ou até mesmo " fica " isso quer dizer que a sua filosofia sobre o " sou completa comigo mesma " entra na contradição. Por que se fosse perfeito estar só, não haveria necessidade de casar, namorar ou até mesmo ficar.
As pessoas confundem filosofia com a vida real; nela o sentido das coisas tomam outro rumo. Experimente ficar só por 5 anos; se você conseguir isso, então pode se considerar único na terra. Em tudo que se fala, o ideal de vida das pessoas, o que é próprio da nossa natureza, chama-se constituir família.
Somos uma sociedade e ela não existiria se não fosse a junção de duas pessoas, formando a tal família. Então, vamos aprender a separar a filosofia do real para não acabarmos por falar besteiras embasados em filosofias que, embora lindas, não justificam a realidade.
Quanto ao dinheiro, ahh, o dinheiro; deste há um turbilhão de coisas a se falar; dele dependemos para tudo e hoje, na atualidade, até mesmo para amar; as pessoas correm de um lado para o outro em função dele, o dinheiro. Se perdem nas suas ambições, passam por cima uns dos outros, ferem cruelmente e praticam ilícitos.
É claro que o dinheiro é importante, mas até onde iremos? Até onde valerá a pena? O que levaremos desta vida?
Neste aspecto a filosofia é muito mais importante que a realidade; corremos com tanto ímpeto atrás da realização financeira que acabamos nos esquecendo de nós mesmos, do que nos traz a paz, a harmonia e a real felicidade.
Quantos milionários não vivem em paz, embora com as contas recheadas e vivendo uma vida suntuosa, sem sentir falta de nada material, mas vivem uma vida fútil, sem sentido, perdidos na sua própria ilusão e com medo de tudo e de todos. Quando vemos artistas famosos afundando-se em drogas nos perguntamos porquê, se eles têm dinheiro e fama; resultado de tudo isso? Vidas vazias, sem paz, sem harmonia, sem equilíbrio.
Embora a filosofia seja bela, ela fica apenas no mundo empírico, pois a realidade é bem outra, longe do ideal filosófico; buscar o equilíbrio é sempre muito difícil e embora tenhamos toda experiência do mundo, conhecimento e bagagem, precisamos estar atentos a uma só coisa : até onde podemos e devemos ir a até onde podemos e devemos chegar.
Entre o amor e o dinheiro não há circunstâncias, há apenas que se pensar até onde os dois podem nos fazer bem e somar à nossa vida aquilo que é essencial.
Então, sigo afirmando que, a fortaleza que se alcança com as experiências que a vida nos traz é muito mais gratificante que os dois juntos, pois com isso podemos chegar onde queremos estar e não precisamos de filosofias para conduzir nossas vidas, mas sim, do conhecimento pleno do que pode ser um caminho a se traçar e seguir e do que devemos abandonar para que não nos pese na caminhada.
Amor? Uns vão, outros vêm. Não há como projetar. Eles apenas acontecem e chega um momento em que isso não mais tem importância na sua vida a ponto de desequilibrá-la; dinheiro? Ele vem e vai, e também, não pode ser o ápice da sua vida, pois, embora dependamos dele para viver, não é ele quem conduz nossas vidas à plenitude.
O meu maior êxito na vida hoje é que cheguei onde poucos podem chegar por mais que corram, e não digo isso no sentido natural da sociedade atual, pois muitos pensam que o que alavanca a sua vida é a riqueza; mas cheguei na riqueza da alma, da vida, da plenitude do conhecimento e isso não há dinheiro que compre.
Quando partir desta vida para outra, caberá no meu caixão apenas meu corpo sem vida; de resto, tudo ficará aqui, sem sentido, mas uma coisa é certa, vivi momentos e deixei memórias que ficarão para sempre.


Por : Fátima Alcântara




domingo, 14 de abril de 2013

PECADO - Ilícito divino pré-estabelecido ou concepções humanas?


O homem vive hoje sob a sombra de muitos conceitos e dogmas antiquíssimos, levando de geração em geração essas concepções pré-concebidas, retiradas de escritas dos textos de um livro que no conceito humano, é considerado sagrado : A bíblia sagrada.
Desde o princípio da escrita, o homem aprendeu a colocar no papel seus pensamentos, ideias e filosofias de vida baseados em seus conhecimentos e vivência, seus costumes e culturas, aprimorando-se com o passar dos séculos, de acordo com a evolução da ciência e do conhecimento.
A Bíblia Sagrada, conhecidamente como um livro escrito por " homens de Deus ", apóstolos que seguiam as reluzentes concepções do cristianismo, é o livro que maior tempo perdurou em seus conceitos religiosos sem sofrer as alterações da evolução humana.
Homens que se diziam iluminados por Deus para transcrever seus feitos e suas vontades, foram escrevendo ao longo dos tempos, palavras que, eles mesmo alegavam ser ditadas por Deus. Não obstante sabermos que as palavras escritas neste livro tem um conteúdo de forte impacto sobre o pensamento e conduta humana, sabemos que " papel aceita quaisquer pensamento que ali queiram escrever " ; assim como aqui transcrevo meus pensamentos.
A maior influência dessa escrita está sobre o pré julgamento dos homens quanto ao certo e errado, moral e imoral; mas o quê realmente é certo e errado ou o quê é realmente moral ou imoral? Até onde podemos categoricamente enfatizar uma verdade?
Com o advento das palavras escritas na Bíblia Sagrada o homem aprendeu fazer uso das mesmas para direcionar críticas duras ao comportamento dos outros, fazendo julgamentos literais sobre estes embasados em " verdades " escritas por homens que na sua concepção natural eram tão falhos e pecaminosos quanto estes.
Dentre todos estes ensinamentos o que mais se aproximou da justiça foi o ensinamento de Jesus Cristo; ele ensinou o amor, o perdão e a compaixão. Aos 10 mandamentos estabelecidos por " Deus " ele os unificou em dois, considerados os primordiais para que o homem vivesse de acordo coma vontade divina.
O mundo modernizou, mas nós continuamos com o velho sentimento de culpa alienados aos pecados instituídos pelos " homens de Deus "; fazer um passeio pelo shopping não é um hábito tão inocente assim; meia hora dentro de um centro de compras pode ser o suficiente para cometer os 7 pecados capitais; o primeiro deles : ela- a vaidade. Roupas, acessórios, sapatos, produtos de beleza tudo estimula a busca da beleza exterior.
Quem não gostaria de ser tão belo e usar roupas caras e tão boas quanto as dos modelos nos cartazes das lojas? Sim, aí vem outro pecado : A inveja. E ao comprar aquele terno caríssimo e aquela bolsa de grife, mais um pecado incitado : A soberba.
Ao perceber que sua condição financeira não lhe permite ter tudo aquilo que vê nas vitrines, lá vem outro pecado : A ira. Saindo das compras e de todos estes momentos pecaminosos, o primeiro pensamento antes de ir embora é : " Estou com fome!" É aí que mais um dos 7 pecados se revela : A gula. Nos deparamos com a praça de alimentação, verdadeiro convite à satisfação alimentar enquanto os olhos admiram as vitrines com as mais belas lingeries, nos convidando a mais um pecado : A luxúria.
Por mais ultrapassados que estejam e por mais que modernizamos nossa vida, os 7 pecados por trás dos conceitos morais de nossa sociedade; o quê sentimos quando sentamos num sofá com preguiça de nos levantarmos, quando guardamos nosso dinheiro com receio de gastá-lo porque somos avarentos ou quando enchemos o peito de orgulho diante de determinadas situações? Culpa.
A culpa está arraigada no comportamento da nossa sociedade mesmo sendo estes conceitos ultrapassados; de um modo ou de outro todas as religiões impõem regras aos seus seguidores, sem as quais não haveria como influenciar seu comportamento. Há tempos que a igreja deixou a prática de jogar os hereges na fogueira, mas a chama da punição persiste. O castigo empregado pelos inquisidores deu lugar a autopunição.
Mas se tudo provém de Deus que é a essência do bem, de onde vem o mal?  Do próprio Deus. De acordo com Isaías 45.7 - " Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal. " 
Por mais que os teólogos tentem alterar o sentido da palavra " mal " para não admitir a dualidade de Deus, por meio de seus atos no princípio da raça humana, com a intervenção divina em mortes e guerras em prol da nação escolhida ( os judeus) é bem claro e explícito de onde provém o mal.
A religião subjuga o homem a preceitos e o conduz ao fanatismo. Com o movimento iluminista, a moral passa a ser interpretada pela perspectiva laica; o fundamento dos valores morais não se encontram mais em Deus, mas no próprio homem.
Assim, a liberdade do homem está na sua própria razão, ou seja, pela consciência do indivíduo; trata-se de um dever comum a todos os homens que não devem cometer "pecado" em função de seu " espírito de coletividade " - Jean-Jacques Rosseau.
A palavra Pecado é um termo comumente utilizado em contexto religioso, descrevendo qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis Divinas. No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu. Na própria Bíblia é dada a expecificação de pecado:
Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei. (1 João 3:4)
Pecado designa todas as transgressões de uma Lei ou de princípios religiosos, éticos ou normas morais. Podem ser em palavras, ações (por dolo) ou por deixar de fazer o que é certo (por negligência ou omissão). Ou seja, onde há Lei, se manifesta o Pecado. Pode ser tão somente uma motivação ou atitude errada de uma pessoa, e isso, é chamado de pecado "no coração". No íntímo dos humanos e independente da Cultura a que pertença, existe necessidade de estabelecer princípios de ética e normas de moral. Quando se viola a consciência moral pessoal, surge o sentimento de culpa.
Sendo assim, quem pode condenar ou criticar algum ato de seu próximo? Quem pode realmente determinar o que é pecado e se este realmente existe? 
Quantos carregam em suas mãos o livro sagrado, lê-o dioturnamente, aplica as suas palavras em púlpitos e no entanto praticam todos aqueles atos denominados " pecado " mesmo sendo conhecedores desta " verdade "? Muito embora os tais afirmem não estarem livres do pecado enquanto na carne estão, devem saber que, os demais também não estão e, portanto, não são únicos nessa luta contra o mal que está em cada um. Assim, a ninguém foi ministrado poder de condenação ou crítica aos atos do próximo, pois nisso, somos todos iguais.
É certo que o livre arbítrio também mencionado nas escrituras foi dado a cada um para que fizesse as suas próprias escolhas; portanto não deve importar a quem quer que seja o que o outro faz ou deixa de fazer, mas cada um cuide de si mesmo e dos seus próprios atos.