quinta-feira, 18 de abril de 2013

Filosofar é lindo, mas a realidade é bem diferente...

Existem pessoas que vivem buscando nas ideias e conceitos de outros uma justificação para a sua própria forma de pensar. As ideias estão espalhadas pelo mundo, nas mentes mais inteligentes ou nas mais rebeldes; tudo é uma questão de " verdade própria ". O ser humano está sempre em constante revolução com seus próprios pensamentos e ideais e a bem da verdade, nunca tem tanta certeza de qual verdade se aproxima mais da sua verdade.
É muito fácil se aproveitar de ideias filosóficas e achar " bonitinho ", abraçar esta ideia como se identificasse com ela e torná-la parte do seu contexto; filosofar é sempre muito lindo; te faz viajar por ideias e conceitos que parecem perfeitos e que se encaixam na sua maneira de viver e pensar; faz com que você encontre nestas ideias alguma coisa em que se agarrar, mas...
A realidade é muito mais severa e talvez muito mais cruel. Se não fosse assim, todas as nossas atitudes seguiriam uma trajetória correta e perfeita. Não cometeríamos diversos erros, não ficaríamos indecisos, não voltaríamos atrás, não pediríamos perdão.
A vida não nos permite ter conceitos pré concebidos, não nos permite alinhamentos, não nos permite perfeição; na sua imperfeição ela traça trajetórias que nós mesmos muitas vezes não conseguimos nos desviar delas.
Duas coisas fazem parte do nosso cotidiano : O amor e o dinheiro. Os dois são os alicerces daquilo que vivemos aqui na terra. O amor, ahh, o amor. As pessoas, no atual século, já não sabem bem o que ele é; as novelas exprimem ainda, romanticamente, aquele amor incondicional, perpétuo; e conseguem tocar os corações mais duros fazendo-os viajar por um mundo do qual já estão muito distantes, apenas por momentos. Falar da " cara metade " é uma coisa retrô, essa é apenas uma forma filosófica de se falar de amor; " amor eterno ", somente enquanto dura; na filosofia isso pode até parecer " cafona ", mas se olharmos pela realidade, se fosse cafona, as pessoas conseguiriam viver só, sozinhas, consigo mesmas; se você se casa, namora ou até mesmo " fica " isso quer dizer que a sua filosofia sobre o " sou completa comigo mesma " entra na contradição. Por que se fosse perfeito estar só, não haveria necessidade de casar, namorar ou até mesmo ficar.
As pessoas confundem filosofia com a vida real; nela o sentido das coisas tomam outro rumo. Experimente ficar só por 5 anos; se você conseguir isso, então pode se considerar único na terra. Em tudo que se fala, o ideal de vida das pessoas, o que é próprio da nossa natureza, chama-se constituir família.
Somos uma sociedade e ela não existiria se não fosse a junção de duas pessoas, formando a tal família. Então, vamos aprender a separar a filosofia do real para não acabarmos por falar besteiras embasados em filosofias que, embora lindas, não justificam a realidade.
Quanto ao dinheiro, ahh, o dinheiro; deste há um turbilhão de coisas a se falar; dele dependemos para tudo e hoje, na atualidade, até mesmo para amar; as pessoas correm de um lado para o outro em função dele, o dinheiro. Se perdem nas suas ambições, passam por cima uns dos outros, ferem cruelmente e praticam ilícitos.
É claro que o dinheiro é importante, mas até onde iremos? Até onde valerá a pena? O que levaremos desta vida?
Neste aspecto a filosofia é muito mais importante que a realidade; corremos com tanto ímpeto atrás da realização financeira que acabamos nos esquecendo de nós mesmos, do que nos traz a paz, a harmonia e a real felicidade.
Quantos milionários não vivem em paz, embora com as contas recheadas e vivendo uma vida suntuosa, sem sentir falta de nada material, mas vivem uma vida fútil, sem sentido, perdidos na sua própria ilusão e com medo de tudo e de todos. Quando vemos artistas famosos afundando-se em drogas nos perguntamos porquê, se eles têm dinheiro e fama; resultado de tudo isso? Vidas vazias, sem paz, sem harmonia, sem equilíbrio.
Embora a filosofia seja bela, ela fica apenas no mundo empírico, pois a realidade é bem outra, longe do ideal filosófico; buscar o equilíbrio é sempre muito difícil e embora tenhamos toda experiência do mundo, conhecimento e bagagem, precisamos estar atentos a uma só coisa : até onde podemos e devemos ir a até onde podemos e devemos chegar.
Entre o amor e o dinheiro não há circunstâncias, há apenas que se pensar até onde os dois podem nos fazer bem e somar à nossa vida aquilo que é essencial.
Então, sigo afirmando que, a fortaleza que se alcança com as experiências que a vida nos traz é muito mais gratificante que os dois juntos, pois com isso podemos chegar onde queremos estar e não precisamos de filosofias para conduzir nossas vidas, mas sim, do conhecimento pleno do que pode ser um caminho a se traçar e seguir e do que devemos abandonar para que não nos pese na caminhada.
Amor? Uns vão, outros vêm. Não há como projetar. Eles apenas acontecem e chega um momento em que isso não mais tem importância na sua vida a ponto de desequilibrá-la; dinheiro? Ele vem e vai, e também, não pode ser o ápice da sua vida, pois, embora dependamos dele para viver, não é ele quem conduz nossas vidas à plenitude.
O meu maior êxito na vida hoje é que cheguei onde poucos podem chegar por mais que corram, e não digo isso no sentido natural da sociedade atual, pois muitos pensam que o que alavanca a sua vida é a riqueza; mas cheguei na riqueza da alma, da vida, da plenitude do conhecimento e isso não há dinheiro que compre.
Quando partir desta vida para outra, caberá no meu caixão apenas meu corpo sem vida; de resto, tudo ficará aqui, sem sentido, mas uma coisa é certa, vivi momentos e deixei memórias que ficarão para sempre.


Por : Fátima Alcântara




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