domingo, 14 de abril de 2013

PECADO - Ilícito divino pré-estabelecido ou concepções humanas?


O homem vive hoje sob a sombra de muitos conceitos e dogmas antiquíssimos, levando de geração em geração essas concepções pré-concebidas, retiradas de escritas dos textos de um livro que no conceito humano, é considerado sagrado : A bíblia sagrada.
Desde o princípio da escrita, o homem aprendeu a colocar no papel seus pensamentos, ideias e filosofias de vida baseados em seus conhecimentos e vivência, seus costumes e culturas, aprimorando-se com o passar dos séculos, de acordo com a evolução da ciência e do conhecimento.
A Bíblia Sagrada, conhecidamente como um livro escrito por " homens de Deus ", apóstolos que seguiam as reluzentes concepções do cristianismo, é o livro que maior tempo perdurou em seus conceitos religiosos sem sofrer as alterações da evolução humana.
Homens que se diziam iluminados por Deus para transcrever seus feitos e suas vontades, foram escrevendo ao longo dos tempos, palavras que, eles mesmo alegavam ser ditadas por Deus. Não obstante sabermos que as palavras escritas neste livro tem um conteúdo de forte impacto sobre o pensamento e conduta humana, sabemos que " papel aceita quaisquer pensamento que ali queiram escrever " ; assim como aqui transcrevo meus pensamentos.
A maior influência dessa escrita está sobre o pré julgamento dos homens quanto ao certo e errado, moral e imoral; mas o quê realmente é certo e errado ou o quê é realmente moral ou imoral? Até onde podemos categoricamente enfatizar uma verdade?
Com o advento das palavras escritas na Bíblia Sagrada o homem aprendeu fazer uso das mesmas para direcionar críticas duras ao comportamento dos outros, fazendo julgamentos literais sobre estes embasados em " verdades " escritas por homens que na sua concepção natural eram tão falhos e pecaminosos quanto estes.
Dentre todos estes ensinamentos o que mais se aproximou da justiça foi o ensinamento de Jesus Cristo; ele ensinou o amor, o perdão e a compaixão. Aos 10 mandamentos estabelecidos por " Deus " ele os unificou em dois, considerados os primordiais para que o homem vivesse de acordo coma vontade divina.
O mundo modernizou, mas nós continuamos com o velho sentimento de culpa alienados aos pecados instituídos pelos " homens de Deus "; fazer um passeio pelo shopping não é um hábito tão inocente assim; meia hora dentro de um centro de compras pode ser o suficiente para cometer os 7 pecados capitais; o primeiro deles : ela- a vaidade. Roupas, acessórios, sapatos, produtos de beleza tudo estimula a busca da beleza exterior.
Quem não gostaria de ser tão belo e usar roupas caras e tão boas quanto as dos modelos nos cartazes das lojas? Sim, aí vem outro pecado : A inveja. E ao comprar aquele terno caríssimo e aquela bolsa de grife, mais um pecado incitado : A soberba.
Ao perceber que sua condição financeira não lhe permite ter tudo aquilo que vê nas vitrines, lá vem outro pecado : A ira. Saindo das compras e de todos estes momentos pecaminosos, o primeiro pensamento antes de ir embora é : " Estou com fome!" É aí que mais um dos 7 pecados se revela : A gula. Nos deparamos com a praça de alimentação, verdadeiro convite à satisfação alimentar enquanto os olhos admiram as vitrines com as mais belas lingeries, nos convidando a mais um pecado : A luxúria.
Por mais ultrapassados que estejam e por mais que modernizamos nossa vida, os 7 pecados por trás dos conceitos morais de nossa sociedade; o quê sentimos quando sentamos num sofá com preguiça de nos levantarmos, quando guardamos nosso dinheiro com receio de gastá-lo porque somos avarentos ou quando enchemos o peito de orgulho diante de determinadas situações? Culpa.
A culpa está arraigada no comportamento da nossa sociedade mesmo sendo estes conceitos ultrapassados; de um modo ou de outro todas as religiões impõem regras aos seus seguidores, sem as quais não haveria como influenciar seu comportamento. Há tempos que a igreja deixou a prática de jogar os hereges na fogueira, mas a chama da punição persiste. O castigo empregado pelos inquisidores deu lugar a autopunição.
Mas se tudo provém de Deus que é a essência do bem, de onde vem o mal?  Do próprio Deus. De acordo com Isaías 45.7 - " Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal. " 
Por mais que os teólogos tentem alterar o sentido da palavra " mal " para não admitir a dualidade de Deus, por meio de seus atos no princípio da raça humana, com a intervenção divina em mortes e guerras em prol da nação escolhida ( os judeus) é bem claro e explícito de onde provém o mal.
A religião subjuga o homem a preceitos e o conduz ao fanatismo. Com o movimento iluminista, a moral passa a ser interpretada pela perspectiva laica; o fundamento dos valores morais não se encontram mais em Deus, mas no próprio homem.
Assim, a liberdade do homem está na sua própria razão, ou seja, pela consciência do indivíduo; trata-se de um dever comum a todos os homens que não devem cometer "pecado" em função de seu " espírito de coletividade " - Jean-Jacques Rosseau.
A palavra Pecado é um termo comumente utilizado em contexto religioso, descrevendo qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis Divinas. No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu. Na própria Bíblia é dada a expecificação de pecado:
Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei. (1 João 3:4)
Pecado designa todas as transgressões de uma Lei ou de princípios religiosos, éticos ou normas morais. Podem ser em palavras, ações (por dolo) ou por deixar de fazer o que é certo (por negligência ou omissão). Ou seja, onde há Lei, se manifesta o Pecado. Pode ser tão somente uma motivação ou atitude errada de uma pessoa, e isso, é chamado de pecado "no coração". No íntímo dos humanos e independente da Cultura a que pertença, existe necessidade de estabelecer princípios de ética e normas de moral. Quando se viola a consciência moral pessoal, surge o sentimento de culpa.
Sendo assim, quem pode condenar ou criticar algum ato de seu próximo? Quem pode realmente determinar o que é pecado e se este realmente existe? 
Quantos carregam em suas mãos o livro sagrado, lê-o dioturnamente, aplica as suas palavras em púlpitos e no entanto praticam todos aqueles atos denominados " pecado " mesmo sendo conhecedores desta " verdade "? Muito embora os tais afirmem não estarem livres do pecado enquanto na carne estão, devem saber que, os demais também não estão e, portanto, não são únicos nessa luta contra o mal que está em cada um. Assim, a ninguém foi ministrado poder de condenação ou crítica aos atos do próximo, pois nisso, somos todos iguais.
É certo que o livre arbítrio também mencionado nas escrituras foi dado a cada um para que fizesse as suas próprias escolhas; portanto não deve importar a quem quer que seja o que o outro faz ou deixa de fazer, mas cada um cuide de si mesmo e dos seus próprios atos.



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