sábado, 9 de março de 2013

AINDA SOMOS ESCRAVOS!




Durante séculos os seres humanos vêm evoluindo ano após ano com o crescimento populacional e suas necessidades e com o conhecimento e a ciência; saímos das teses da evolução dos macacos e  dos homens das cavernas para mergulhar na escravidão civilizada.
Das transformações da família e por conseguinte, da sociedade, vimos novas situações, novos desenvolvimentos, uma nova era tecnológica em ascenção  em busca de grandezas e evoluções humanas comportamentais.
Projetamos uma trajetória de glórias e de grandes metas para alcançar um futuro longínquo, mas que, na concepção dos homens seria promissor a todos; mas não foi exatamente o que aconteceu.
A carta de euforria dada aos escravos foi apenas um método pensado em função do benefício de alguns em detrimento de milhões de negros que nada tinham senão  o amparo da casa de seu senhor; saídos da proteção de seus senhores, foram jogados às ruas sem oportunidades e sem bem algum.
Assim, como  uma boa ação, aqueles que detinham o poder e conhecimento, apenas maquiaram esta ação, para posteriormente beneficiar-se e dar continuidade a uma liberdade ilusória. Com estes poucos no poder a escravidão estendeu-se sutilmente sobre todos aqueles que não pertenciam a classe dominante.
Hoje, com todo o progresso e evolução que todas as nações possuem, ainda assim, estamos sujeitos a uma liberdade fantoche dos poderosos; estamos à mercê daqueles que têm mais e daqueles que conhecem mais dos subterfúgios para aliciar e ludibriar os mais incautos dos homens.
Continuamos escravos, não mais dos senhores de engenhos, mas de uma civilização domesticada; uma civilização que tem suas intenções voltadas às suas próprias necessidades e desejos; continuamos mergulhados na demagogia, na hipocrisia, nas convenções e na corrupção humana.
A democracia foi eleita e com ela uma subjetiva concepção de liberdade; temos aparentes cleptocracias desenfreadas e no entanto não há devidas e justas sanções sobre elas; ficamos alheios a tudo, de braços cruzados e mãos atadas.  " O poder tende a corromper." LORD ACTON
A imperfeição humana é a causa do surgimento da corrupção e compactuar com ela também nos leva à corrupção passiva; mas somos quase que "obrigados" a permitir a continuidade disso tudo, pois estamos escravos da civilização e do progresso.
As religiões saíram de seu âmbito sagrado para a prática política de interesses nas posses e poderes, usando a crença e a fé como escudo para justificação de seus atos humanos imperfeitos.
Deixando as práticas baseadas num contexto histórico de  crença, permitem uma homogeneidade  com as práticas externas e mundanas, aproveitando-se daqueles menos esclarecidos e fanáticos.
A escravidão civilizada se condensa nas ideias impostas pelos meios diversos de comunicação, invadindo sutilmente as mentes e corações até mesmo dos mais sábios; as preferências, as ideias, os desejos, os objetivos, as escolhas, todos induzidos por concepções daqueles que têm a pretensão de continuar na classe dominante, mesmo que para isso, o resultado seja catastrófico no final.
Criamos um círculo vicioso onde se começa algo e numa forma circular, voltamos ao início de tudo sem perceber que isso nos leva de volta quando na verdade queríamos ir até algum lugar, mesmo que desconhecido, mas novo. Buscamos o progresso e a evolução da vida na terra; alcançamos o que buscamos, mas em detrimento de muitos, pois para que o progresso avance, necessário se faz sacrificar a muitos em favor de alguns.
Estamos escravizados pelas etiquetas caras, que não passam de simples nomes, estamos escravizados pelo status que é o que  faz a marginalização de muitos por não terem o mesmo  status dos dominantes, estamos escravizados por imposição da mídia que nos induz a pré-conceitos e concepções sobre os iguais diante dos desiguais.

A sociedade, ou seja, associação amistosa com outros, é apenas um adjetivo agradável para maquiar uma realidade longe de poder ser chamada assim; este conjunto de pessoas deveriam compartilhar entre si os mesmos propósitos, gostos, costumes e preocupações, no entanto, estamos dispersos uns dos outros, preocupados apenas com nosso próprio bem-estar.
Vimos todos os dias os anúncios de tv, as notícias em jornais e as propagandas elevando ao máximo coisas que passam desapercebido aos olhos de milhões que se encontram anestesiados pelas preocupações próprias do dia a dia. A influência midiática traduz a alienação e escravidão na qual as pessoas estão aprisionadas.
A desconsideração dos mais abastados em relação ao proletariado denota a escravidão destes pelo sistema, enfatizando a desigualdade social e a completa submissão aos dominantes deste tempo.
A razão humana está longe de alcançar a objetividade do que é real, aprisionados pela subjetividade do irreal; entende-se que há caminhos que não são possíveis de seguir na retidão, mas nem mesmo o mínimo das boas ideias e concepções de verdade são respeitadas ou praticadas.
As concepções de verdades são cada vez mais analisadas à luz de verdade e suas ramificações, explicadas à luz da hermenêutica e da filosofia, onde emprega o pensamento de que não existe uma única verdade ( isto é o que penso); mas desta diversidade de verdades não é justo que sejam usadas em função de uma pequena massa, mas que se encontre de sua junção um único método para que por meio dele, todos sejam beneficiados.
O mundo absorve todos os fatos e nos devolve os efeitos de nossos atos em forma de sanção positiva ou negativa, dependendo de qual deles praticamos. Querendo ou não, estamos sujeitos á concepção de causa e efeito, muito embora não seja uma regra, ainda mais para a classe dominante. 
Vemos isso acontecer quando a justiça é aplicada; aos menos favorecidos a lei é aplicada de forma severa, enquanto que aos mais favorecidos a lei é atenuada em seu favor; a desigualdade social é um reflexo da escravidão de ambas as classes ao sistema terrestre.

As concepções de igualdade estão longe do seu ideal e os intuitos de justiça estão fora do alcance da sua objetividade e êxito. Longe de toda análise concreta dos fatos, seguimos acreditando estarmos no caminho certo, nos ausentando de culpa por uma sociedade falida e tendenciosa.
É muito mais confortável sermos coniventes com os acontecimentos, sem nos desgastarmos em conflitos contra os governantes e nos fazermos de cegos diante das situações que vemos ao longo de nossas vidas.
Mas, pesa-nos alertar que, não alcançaremos êxito, mesmo que sendo da classe dominante, porque o que alimentamos hoje será nosso devorador amanhã; a pobreza leva muitos á marginalização, enquanto que a riqueza leva muitos ao declínio; passa-nos desapercebidos que nem um nem outro nos proporciona liberdade; estamos aprisionados e escravos das duas situações.
A liberdade também não é livre; ela tem um preço e é muito alto; resta-nos saber se estamos dispostos a pagá-lo.



Por : Fátima S. Alcântara




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