sexta-feira, 18 de maio de 2012

HOMOFOBIA - Crime e Ignorância.



































Homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível") é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicasgaysbissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatiadesprezopreconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violência com base em uma percepção de orientação não heterossexual.
Coretta Scott King, declarou: "A homofobia é como o racismo, o anti-semitismo e outras formas de intolerância na medida em que procura desumanizar um grande grupo de pessoas, negar a sua humanidadedignidade e personalidade."
Este tem sido um tema muito discutido em todos os setores da sociedade e também assunto em pauta para estudantes e sociólogos,além de ser um assunto complexo e polêmico demais ;  é um fato conhecido de todos desde os tempos mais remotos, no entanto, a sociedade ainda não consegue se desvincular de ideias preconizadas pelo cristianismo que protagonizou a discriminação e o preconceito contra esse grupo de pessoas que têm apenas uma opção diferente daquela conhecida como " normal ", ou seja, a heterossexualidade.
Por milhares de anos, o amor entre iguais era tão comum que o  conceito de homossexualidade nem existia; a mais de 3 mil anos, as leis hititas, herdeiras do código de Hamurabi, reconheciam a união entre pessoas do mesmo sexo.
Na Grécia e Roma antiga, era absolutamente normal um homem mais velho ter relações com um homem mais jovem. O filósofo grego Sócrates, era  adepto do amor homossexual.  O judaísmo já pregava que as relações sexuais tinham como único fim a ordenação divina : " Crescei e multiplicai-vos."
Com a conversão do Rei Constantino ao cristianismo, este tornou-se obrigatório e consequentemente sua concepção quanto ao sexo também; como o amor entre iguais não provia a possibilidade de procriação, começou a ser visto como antinatural.
Mais tarde, o imperador Justiniano, que também era cristão, escreveu o primeiro texto de lei proibindo a homossexualidade; vinculou o relacionamento ao adultério, o que era crime e tinha como pena a morte. O crescimento do cristianismo e do islamismo só reforçou a ideia de que a homossexualidade era pecado e a teoria da procriação também foi reforçada com isso.
Com a conversão ao protestantismo e a reforma de Martinho Lutero e com o humanismo renascentista os valores clássicos voltaram á tona. Pintores, escritores, dramaturgos e poetas celebravam o amor entre os homens.  E o mais forte foi o fato de que entre a nobreza, que costumava ditar modas,  o amor entre iguais era muito livre e intenso.  E o mais importante, sem censura alguma, ficaram notórios os casos homossexuais de monarcas como o inglês Ricardo Coração de Leão (1157-1199).
Com a assolação da peste negra na Europa entre 1347 e 1351, como se desconhecia a causa da doença, a especulação ultrapassou os limites da saúde pública, alcançando os costumes; o " pecado " vivido pelos homens era apontado como causa destas doenças e de muitas outras catástrofes como fome e guerra; culparam os judeus, hereges e sodomitas; não havia outra solução, senão a erradicação destes grupos.
Resultado? 70 anos de perseguição aos homossexuais em Florença. na Inglaterra o século XIX começou com o enforcamento de vários cidadãos acusados de " sodomia ".  Em 1861 o país aboliu a pena de morte por sodomia, substituindo-a por 10 anos de trabalhos forçados.
Não contentando-se com estas barbaridades, a ciência inventou outro tratamento contra a homossexualidade : a lobotomia.  Consistia em uma cirurgia que cortava um pedaço do cérebro, mais precisamente o nervo do córtex pré-frontal. Fizeram lobotomização em mais de 7.000 gays entre EUA, DINAMARCA E SUÉCIA; o tratamento era aplicado porque a homossexualidade passou a ser vista como uma doença, uma espécie de defeito genético.
No final do século passado, a situação começou a mudar quando o assunto passou a ser discutido sem os estigmas até então carregados. Em 1979 a Associação Americana de Psiquiatria  finalmente tirou a homossexualidade de sua lista de doenças mentais.  Na mesma época o advento da AIDS teve um resultado ambíguo para os homossexuais. Durante os anos 80 e 90 , a maioria dos países desenvolvidos descriminalizou a homossexualidade e proibiu a discriminação contra gays e lésbicas. Em 2004 o Supremo Tribunal dos EUA invalidou todas as leis que ainda proibiam a sodomia.
“Em toda a história e em todo o mundo a homossexualidade tem sido um componente da vida humana”, escreveu William Naphy, diretor do colégio de Teologia, História e Filosofia da Universidade de Aberdeen, Reino Unido, em Born to Be Gay – História da Homossexualidade. “Nesse sentido, não pode ser considerada antinatural ou anormal. Não há dúvida de que a homossexualidade é e sempre foi menos comum do que a heterossexualidade. No entanto, a homossexualidade é claramente uma característica muito real da espécie humana.” Para muitos, ainda hoje sair do armário continua sendo uma questão de tempo. As portas, no entanto, vêm sendo abertas desde a Antiguidade.
Imperadores Adriano e Nero, Sócrates, Leonardo da Vinci, Alexandre, o Grande, Júlio César, calígula, Maria Antonieta, rainha da França; Ricardo Coração de Leão, Oscar Wilde entre tantos outros assumidos e escondidos.
Entre nuances de naturalismo e pecado, a homossexualidade sempre foi um assunto difícil de plena aceitação; ainda hoje, com uma ciência avançada e progresso e evolução do mundo e o conhecimento das coisas, as pessoas ainda olham de forma estranha uma opção que é milenar.
Na atualidade, a homossexualidade tem seus pontos mais extremos; há aqueles que simpatizam, apoiam (principalmente por ter alguém da família que seja gay), os que vêm como ato normal; mas há também aqueles que odeiam, não concordam e até mesmo aqueles que agem com violência quanto a estes grupos.
Além de todas as conquistas que os grupos gays alcançaram com o passar dos tempos, entre lutas e debates por meio da legislação e da mídia, também estão as passeatas que iniciaram tímidas com poucos corajosos e que ano após ano foi crescendo o número de adeptos, como na Parada Gay em São Paulo, uma das maiores do mundo.
Ainda existem muitas resistências à estes grupos ( Bissexuais, homossexuais, transexuais, travestis), inclusive, resistências estas que levam alguns a cometer crimes com extrema violência a um ser humano, pura e simplesmente por não estarem estes de acordo com os moldes ensinados por determinadas famílias conservadoras, fanáticas e ignorantes. 
Não é devido a pensamentos escritos por ancestrais nos primórdios tempos, onde o conhecimento ainda não era dos melhores, que temos a liberdade de discriminar alguém por sua simples e livre escolha.
Não devemos permitir que cometamos as mesmas atrocidades que HITLER cometeu em nome de uma raça ou crença, onde, seres humanos eram tratados como bichos estranhos á própria raça humana devido a concepções e conceitos agressivos e desumanos.
A homossexualidade é ainda mais ignorada quando parte dos homens por uma sociedade machista que, a grosso modo, pode " aceitar " a união de duas mulheres, ainda que embaixo de olhares críticos, mas não admite a união, o amor, os gestos carinhosos de dois homens.
Ninguém é obrigado a aceitar quaisquer opção ou escolha de quem quer que seja, porém é dever constitucional o respeito à liberdade de escolha de todo cidadão, seja ela qual for. Isto é lei e, portanto, quem a contraria comete crime. Art. 5º CF
É importante enfatizar algo inerente a quaisquer influência da sociedade ou educacional : a homossexualidade entre os animais. Se fosse algo como " distúrbio ou desvio de personalidade ", então não poderia ser algo peculiar dos animais. 
Uma pesquisa de 1999,  feita pelo pesquisador BRUCE BAGEMIHL, mostra que o mesmo comportamento foi observado em cerca de 1.500 espécies de animais, variando de primatas a vermes intestinais e é bem documentada em 500 delas. 
Uma das espécies em que essa orientação é predominante, é a ovelha; cerca de 10% dos carneiros (machos) se recusa a acasalar com fêmeas, mas prontamente se acasalam com outros carneiros do mesmo sexo. Além disso uma parte do reino animal é bissexual. Percebeu-se também entre as girafas durante o acasalamento, quando, 9 em cada 10 pares ocorre entre machos.
Muitos cientistas ficam na dúvida ainda maior quanto aos pinguins onde, indivíduos do mesmo sexo são companheiros por toda a vida, mesmo quando surge a oportunidade de terem uma companheira fêmea.    A espécie mais fascinante que admite a homossexualidade é o golfinho-rotador - habitantes de Fernando de Noronha. Alguns  leões também se relacionam com outros do mesmo sexo sem nenhum problema, preferindo a fêmea apenas para reprodução.
                                                                                                  
Sendo assim, por quê então, os seres humanos, racionais e dotados de entendimento não podem por livre e simples condição escolher o que melhor lhe cabe como companheiro ou companheira?
Assim como alguns grupos ou tribos têm o direito de escolher entre suas cores, seus hábitos, costumes e vestimentas, assim também têm direito à escolha de suas preferências sexuais. Ser humano algum tem o poder de discriminar quem quer que seja por aquilo que lhe é condicionado pela natureza ou pela livre escolha. O respeito á diversidade deve ser primordial em tempos de evolução e, principalmente num país onde há diversidades de línguas, costumes, cor de pele,  religião, etc...
Se a própria natureza com sua sabedoria e beleza, permitiu que seus seres viventes tivessem livre arbítrio para viver suas próprias concepções, quem somos nós para limitarmos uns aos outros àquilo que pensamos ou entendemos por certo ou errado?
A homossexualidade não tem nada de " anormal " como querem alguns; nada mais é que um ser humano com condição diferente do heterossexual, assim como o heterossexual é um ser humano com condição diferente do homossexual.
" Somos  TODOS IGUAIS  diante de Deus, dos homens e das leis "
Exterminarmos com a homofobia e com todos os preconceitos é permitirmos a liberdade a todo ser humano independente de raça, cor, religião e condição sexual.
Através da educação nos lares, pelos pais e nas escolas pelos educadores, podemos exterminar com estes conceitos arcaicos e retrógrados e evoluir para um mundo de paz entre os seres humanos, onde as diferenças são apenas aparentes.
Lutando pelo direito natural como seres humanos iguais e pelo direito constitucional como cidadãos da terra.





Por : Fátima Alcântara








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