segunda-feira, 18 de março de 2013

Devaneios

É engraçado como as pessoas se perdem quase que mecanicamente na sua rotina diária, acreditando estarem seguindo uma trajetória programada e pensada, quando na verdade estão apenas seguindo uma rota mecânica ocasionada por atos contínuos do dia a dia sem ao menos perceberem isso.
Parar pra pensar. É tudo o que nós menos fazemos, quer dizer, a maioria menos faz; alguns se atêm a isso muitas vezes, outros menos, muitos, por pouquíssimo  tempo; e o mais interessante de tudo é que quando fazemos isso a nossa mente viaja loucamente por imagens e histórias passadas, presentes e futuras como um relâmpago de imagens sem conexão e sentido.
Relembramos acontecimentos de muitos anos passados, momentos que a muito não eram lembrados e outros que estão em nosso projeto futuro e ainda não aconteceram. 
Quem já não ficou imaginando-se ganhar na loteria, um valor estimável e pensar no que faria com tal valor?  Ou quem já não imaginou viagens ao redor do mundo para conhecer toda a beleza que o mesmo nos proporciona com suas culturas e costumes? Ou até coisas mais simples como conhecer alguém interessante ou chegar ao alcance de um objetivo já iniciado? É assim que começam os devaneios na mente do ser humano.
FREUD explica : " Interpretou o devaneio como uma expressão dos instintos humanos reprimidos de forma semelhante aos sonhos durante à noite."
Essa, na minha opinião, com meu mínimo conhecimento na psicologia, é uma forma que o ser humano encontra para realizar por um meio ilusório ou imaginário seus mais ínfimos e íntimos desejos dentro de uma realidade ainda não tão gratificante.
Por momentos, nos permitimos viajar por um universo desconhecido e imaginário, onde tudo é possível; onde os nossos desejos e concepções são realizados á luz da nossa vontade e imaginação como na vida real; concretizamos ali as imagens numa ilusão tão real que podemos sentir todas as emoções advindas deste filme que se projeta em nossas mentes.
Até parece loucura, mas não é; essa é apenas uma forma nossa, particular de projetar todos os desejos e anseios que temos na vida, os quais ainda não são possíveis ou talvez nunca o sejam. Dentro da esfera da realidade e dos sonhos, ficamos perdidos na ilusão de nos proporcionar por segundos que sejam, um sentimento delicioso de felicidade momentânea e quando acordamos deste devaneio, sentimos no âmago uma sensação de tristeza e angústia com o choque, nada ilusório de uma realidade presente.
É muito óbvio que tudo isso passa em segundos; por mais dura que seja a realidade de alguns, ao sentir " os pés no chão " percebemos que ainda há fôlego para superar esta decepção e tentar correr atrás do tempo perdido, dos desejos ainda não alcançados e daquilo que talvez ainda se possa recuperar.
O passado, como sua própria denominação, já passou; o presente, ainda que cruel e frustrante, ou não, está aí para ser trabalhado e o futuro...ahhhh, o futuro....este ainda pode ser mudado, alterado, modificado...e para ele não há devaneios, magias ou ilusões; este conta apenas com a sorte, os atos e quem sabe, se é que existe, o destino!




Por : Fátima Alcântara



sábado, 9 de março de 2013

AINDA SOMOS ESCRAVOS!




Durante séculos os seres humanos vêm evoluindo ano após ano com o crescimento populacional e suas necessidades e com o conhecimento e a ciência; saímos das teses da evolução dos macacos e  dos homens das cavernas para mergulhar na escravidão civilizada.
Das transformações da família e por conseguinte, da sociedade, vimos novas situações, novos desenvolvimentos, uma nova era tecnológica em ascenção  em busca de grandezas e evoluções humanas comportamentais.
Projetamos uma trajetória de glórias e de grandes metas para alcançar um futuro longínquo, mas que, na concepção dos homens seria promissor a todos; mas não foi exatamente o que aconteceu.
A carta de euforria dada aos escravos foi apenas um método pensado em função do benefício de alguns em detrimento de milhões de negros que nada tinham senão  o amparo da casa de seu senhor; saídos da proteção de seus senhores, foram jogados às ruas sem oportunidades e sem bem algum.
Assim, como  uma boa ação, aqueles que detinham o poder e conhecimento, apenas maquiaram esta ação, para posteriormente beneficiar-se e dar continuidade a uma liberdade ilusória. Com estes poucos no poder a escravidão estendeu-se sutilmente sobre todos aqueles que não pertenciam a classe dominante.
Hoje, com todo o progresso e evolução que todas as nações possuem, ainda assim, estamos sujeitos a uma liberdade fantoche dos poderosos; estamos à mercê daqueles que têm mais e daqueles que conhecem mais dos subterfúgios para aliciar e ludibriar os mais incautos dos homens.
Continuamos escravos, não mais dos senhores de engenhos, mas de uma civilização domesticada; uma civilização que tem suas intenções voltadas às suas próprias necessidades e desejos; continuamos mergulhados na demagogia, na hipocrisia, nas convenções e na corrupção humana.
A democracia foi eleita e com ela uma subjetiva concepção de liberdade; temos aparentes cleptocracias desenfreadas e no entanto não há devidas e justas sanções sobre elas; ficamos alheios a tudo, de braços cruzados e mãos atadas.  " O poder tende a corromper." LORD ACTON
A imperfeição humana é a causa do surgimento da corrupção e compactuar com ela também nos leva à corrupção passiva; mas somos quase que "obrigados" a permitir a continuidade disso tudo, pois estamos escravos da civilização e do progresso.
As religiões saíram de seu âmbito sagrado para a prática política de interesses nas posses e poderes, usando a crença e a fé como escudo para justificação de seus atos humanos imperfeitos.
Deixando as práticas baseadas num contexto histórico de  crença, permitem uma homogeneidade  com as práticas externas e mundanas, aproveitando-se daqueles menos esclarecidos e fanáticos.
A escravidão civilizada se condensa nas ideias impostas pelos meios diversos de comunicação, invadindo sutilmente as mentes e corações até mesmo dos mais sábios; as preferências, as ideias, os desejos, os objetivos, as escolhas, todos induzidos por concepções daqueles que têm a pretensão de continuar na classe dominante, mesmo que para isso, o resultado seja catastrófico no final.
Criamos um círculo vicioso onde se começa algo e numa forma circular, voltamos ao início de tudo sem perceber que isso nos leva de volta quando na verdade queríamos ir até algum lugar, mesmo que desconhecido, mas novo. Buscamos o progresso e a evolução da vida na terra; alcançamos o que buscamos, mas em detrimento de muitos, pois para que o progresso avance, necessário se faz sacrificar a muitos em favor de alguns.
Estamos escravizados pelas etiquetas caras, que não passam de simples nomes, estamos escravizados pelo status que é o que  faz a marginalização de muitos por não terem o mesmo  status dos dominantes, estamos escravizados por imposição da mídia que nos induz a pré-conceitos e concepções sobre os iguais diante dos desiguais.

A sociedade, ou seja, associação amistosa com outros, é apenas um adjetivo agradável para maquiar uma realidade longe de poder ser chamada assim; este conjunto de pessoas deveriam compartilhar entre si os mesmos propósitos, gostos, costumes e preocupações, no entanto, estamos dispersos uns dos outros, preocupados apenas com nosso próprio bem-estar.
Vimos todos os dias os anúncios de tv, as notícias em jornais e as propagandas elevando ao máximo coisas que passam desapercebido aos olhos de milhões que se encontram anestesiados pelas preocupações próprias do dia a dia. A influência midiática traduz a alienação e escravidão na qual as pessoas estão aprisionadas.
A desconsideração dos mais abastados em relação ao proletariado denota a escravidão destes pelo sistema, enfatizando a desigualdade social e a completa submissão aos dominantes deste tempo.
A razão humana está longe de alcançar a objetividade do que é real, aprisionados pela subjetividade do irreal; entende-se que há caminhos que não são possíveis de seguir na retidão, mas nem mesmo o mínimo das boas ideias e concepções de verdade são respeitadas ou praticadas.
As concepções de verdades são cada vez mais analisadas à luz de verdade e suas ramificações, explicadas à luz da hermenêutica e da filosofia, onde emprega o pensamento de que não existe uma única verdade ( isto é o que penso); mas desta diversidade de verdades não é justo que sejam usadas em função de uma pequena massa, mas que se encontre de sua junção um único método para que por meio dele, todos sejam beneficiados.
O mundo absorve todos os fatos e nos devolve os efeitos de nossos atos em forma de sanção positiva ou negativa, dependendo de qual deles praticamos. Querendo ou não, estamos sujeitos á concepção de causa e efeito, muito embora não seja uma regra, ainda mais para a classe dominante. 
Vemos isso acontecer quando a justiça é aplicada; aos menos favorecidos a lei é aplicada de forma severa, enquanto que aos mais favorecidos a lei é atenuada em seu favor; a desigualdade social é um reflexo da escravidão de ambas as classes ao sistema terrestre.

As concepções de igualdade estão longe do seu ideal e os intuitos de justiça estão fora do alcance da sua objetividade e êxito. Longe de toda análise concreta dos fatos, seguimos acreditando estarmos no caminho certo, nos ausentando de culpa por uma sociedade falida e tendenciosa.
É muito mais confortável sermos coniventes com os acontecimentos, sem nos desgastarmos em conflitos contra os governantes e nos fazermos de cegos diante das situações que vemos ao longo de nossas vidas.
Mas, pesa-nos alertar que, não alcançaremos êxito, mesmo que sendo da classe dominante, porque o que alimentamos hoje será nosso devorador amanhã; a pobreza leva muitos á marginalização, enquanto que a riqueza leva muitos ao declínio; passa-nos desapercebidos que nem um nem outro nos proporciona liberdade; estamos aprisionados e escravos das duas situações.
A liberdade também não é livre; ela tem um preço e é muito alto; resta-nos saber se estamos dispostos a pagá-lo.



Por : Fátima S. Alcântara




quinta-feira, 7 de março de 2013

PARABÉNS MULHERES LINDAS!!!



MULHERES!!!!! A nós que sempre estamos no topo de tudo; sim no topo de tudo porque em primeiro lugar somos MULHERES, depois disso GUERREIRAS; a nós mulheres que suportamos com força e garra todas as adversidades da vida numa sociedade ainda machista ( porque estes "machistas" nasceram de uma abóbora); que trabalhamos, estudamos, somos mães, esposas (eu pulo essa parte), cuidamos da nossa casa ( e da vida dos outros de vez em quando -algumas...brincadeirinha...rsrsr); que temos vigor e fragilidade, que encantamos homens (e mulheres também-eu), que aos olhos dos homens somos " fracas , mas eles não sabem que somos apenas delicadas, mas fortes como leoas; a nós que choramos sensíveis a fatos ( e de vez em quando só pra chamar atenção ou fazer chantagem emocional), que lotamos os salões de beleza para cuidarmos de nossos cabelos, unhas e corpo para agradar...aos homens (e mulheres)....e fazer inveja ás outras mulheres; que temos TPM (eu não tenho), somos bipolares (eu não sou) e temos uns chiliques que enlouquecem os homens (eu não tenho...para os homens...claro!); a nós que estamos cada vez mais provando que nascemos para liderar, que somos cientificamente comprovado mais inteligentes que os homens, pois pensamos com o cérebro enquanto os homens....ahhh, deixa pra lá...; a nós que parimos estes seres que, pelados são horríveis, mas que mesmo assim amamos; a nós que temos o privilégio de gerar um ser dentro de nós e carregá-lo por nove meses para depois, nascendo homem, ainda terem a coragem de ser machistas; a nós que dirigimos maravilhosamente bem (eu dirijo com certeza) e somos obrigadas a ouvir a maldita frase na estrada : " só podia ser mulher!" ; a nós que suportamos todos os meses ir ao cabeleireiro e fazer progressiva ( o que é um processo doloroso e chato); que suportamos a chapinha e ainda ter que fugir da chuva o tempo todo; a nós que olhamos para o armário com mais de 200 peças de roupas e nos sentimos frustradas porque não temos roupa pra sair; a nós que apesar de tudo isso, ainda nos orgulhamos de sermos MULHER! FELIZ DIA DA MULHER, LINDAS MULHERES!