sexta-feira, 27 de março de 2015

Utopia


Não é difícil compreender que a vida não tem fórmulas e regras e que ela mantém segredos a sete chaves das suas manifestações e motivações; é menos difícil ainda perceber que, por mais que traçamos planos, nem sempre é o que realmente acontece ou que esteja " destinado " a acontecer.
A vida é uma evolução diuturna e porque não dizer, uma " revolução por minuto ", como escrito na letra da música do RPM. Embora se elaborem projetos, desenvolvam ideias, tracem planos e idealizem objetivos, ela, com certeza, vem, sorrateiramente, sutilmente, e nos " prega uma peça ".
Muda tudo de lugar, troca os pares, cria ramificações, constrói e destrói, altera aquilo que foi feito sem a ideia de se alterar. É perceptível a influência desta mestra no cotidiano e porque não dizer, em cada segundo de nossa tão frágil existência terrena.
O que foi um dia pecado, hoje é permitido; o que foi um dia um erro, hoje é irrelevante; o que foi um dia maldade, hoje é um conceito; o que foi um dia feio, hoje pode ser alterado; o que foi um dia proibido, hoje é lei.
Nós vivemos em constante revolução e mudanças; mudamos os conceitos morais, os ideais, as ideias, a moral, os costumes, os sentimentos, a maneira de ver e compreender a vida, evoluímos (??) e até percebemos como isso nos acontece com o passar dos anos.
E quando chegamos a um determinado momento de nossas vidas, percebemos, que tudo aquilo quanto acreditávamos saber ou entender, tornam-se estranhos e obscuros ou até errôneos; compreendemos que não existe uma verdade única e uma única verdade, que não somos absolutos em nada, mas relativamente plenos, que a nossa evolução nada mais é que apenas uma mudança diária e que esta mudança pode retornar ao primeiro estado.
Corremos no dia a dia em busca de valores materiais, alguns poucos ainda tentam buscar o espiritual; corremos atrás de fama, dinheiro, reconhecimentos, ascenção social e até mesmo de riquezas, mas pouco percebemos o quanto isso finda-se em fadigas e insatisfações.
A  vida tem muito mais a nos dar do que simplesmente coisas que perecem; o aprendizado, a percepção e o conhecimento elevam o ser humano muito além daquilo que é perceptível, mas o próprio homem criou um método alienante para vetar os desejos por estes valores, induzindo-nos a acreditar que nos tornamos plenos com estas características capitalistas.
A utopia de um mundo melhor, de um paraíso terreno, de pessoas melhores e de ideias mais humanísticas ficam apenas nos escritos, nos livros e nos filmes porque a realidade está aquém disso tudo.
Embora a própria vida acabe por nos ensinar com o tempo que estes valores são, sem dúvida, o melhor caminho a seguir, somos ainda resistentes e, porque não admitir, obrigados a seguir o ritmo por questões de conveniência, necessidade e sobrevivência.
O que fazer então? Quebrar as regras? Seguir calado? Quem sabe um dia possamos enxergar ao longe uma pequena faísca dessa possibilidade ou até mesmo sair dos sonhos e ideias para uma perspectiva mais real?
Quem sabe a vida tenha nos preparado, num outro plano, a realização deste sonho? Ou quem sabe ainda aqui, a milênios de distância adiante nossos descendentes possam viver uma realidade diferente?
O que mais se espera da vida ? Ou melhor dizer : o que mais se espera do ser humano? Porque a vida, sabemos, segue seu curso natural e não pode ser violada; quanto a nós, seres humanos, seguimos as circunstâncias terrenas sem sabermos ao certo se tudo correrá como queremos.
E, no mais, sabemos que tudo se finda em um mesmo lugar - para grandes, pequenos, negros ou brancos, altos e baixos, pobres ou ricos.
Bom seria que pudéssemos refletir universalmente sobre isso, deixando de lado nossos anseios, desejos, egoísmos, ambições e buscando o mais elevado plano para o ser humano : a plenitude interna.
O mundo ideal, imaginário ou fantástico ainda é possível.
Sonhar ainda é gratuito!!!



Por : Fátima Alcântara


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