sexta-feira, 30 de março de 2012

GUERRA SANTA!

Religião é um conjunto de sistemas culturais e crenças, além de conceitos do mundo, interligados entre si estabelecendo uma relação humana com o divino. Símbolos, valores morais, tradições e dogmas fazem parte deste conjunto formando conceitos individuais.
O desenvolvimento secular da religião assumiu diferentes formas em diferentes culturas; ela foi agregada à diversos grupos sociais que integram as necessidades básicas do ser humano para sua sobrevivência e sua atuação no meio social, em alguns casos é de suma importância.
A instituição da religião deu-se, pelo que conhecemos da história, na origem do homem, quando " Deus" estabeleceu mandamentos que deveriam ser seguidos pelo homem, criado por ele, para alcançarem alguns privilégios divinos e também para estabelecer regras de convívio na sociedade.
A princípio, o intuito da religião era a proximidade do homem natural com o divino e sua escolha para diferenciar entre o sacro e o profano;  o sobrenatural é o contexto da religião, partindo do princípio da existência de um ser divino supremo e da divindade da alma humana.
O cristianismo é uma religião centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tal qual descritos no Novo Testamento (Bíblia Sagrada). 
Jesus Cristo, para os cristãos, foi e é a figura central de toda crença nesta religião e até mesmo para as muitas religiões vertentes do cristianismo.
Mas como em tudo que não vemos e não pegamos, há uma enorme dúvida em relação à sua real existência;  entre alguns religiosos de diferentes denominações, há dúvida quanto à sua divindade.
A bem da verdade, muitas crenças, baseadas em textos de um livro, para muitos cientistas e estudiosos da religião ainda é uma incógnita.
Para aqueles que se baseiam no sentimento chamado fé, que na verdade também é inexplicável, os textos bíblicos traduzem integralmente a verdade sobre o princípio de todas as coisas, inclusive do homem.
Já aqueles que, chamados " ateus ", só acreditam naquilo que se possa comprovar e tocar, estes textos são apenas estórias fantasiosas para explicar este princípio de forma mágica e fantástica.
No passar dos séculos, todas as religiões seguiram uma trajetória natural; tiveram seu desenvolvimento, acompanhado da evolução do homem e sua adequação à vida natural terrena. Algumas religiões ainda persistem em manter-se distantes desta evolução, acreditando ser ela a aparência do mal e afastamento de Deus.
O cristianismo foi, sem dúvida alguma, a maior potência religiosa, depois dos acontecimentos preconizados pelo cristo. Ele  se expandiu em grande influência, e em pouco tempo tornou-se dominante em Roma; e nos dias de hoje, o cristianismo é uma das maiores religiões do mundo.
E, como tudo aquilo que cresce e toma proporções gigantescas numa terra de homens pecadores, o cristianismo, tornou-se também, fonte inesgotável de interesses políticos e financeiros, sendo dominado por alguns que ao longo do tempo perceberam que essa seria a religião que poderia levá-los a enriquecer facilmente, sem muito trabalho braçal; apenas o trabalho oral e o poder de convencimento seria o suficiente.
E, como tudo aquilo que é alvo da ambição do homem, a religião tornou-se um negócio para os que se intitulam líderes delas. E estes homens vêm, no decorrer de quase meio século preconizando guerras religiosas, uns contra os outros, com acusações fundadas em conceitos e ideias filosóficos próprios, além do interesse  em manter seus membros participantes da sua igreja, fiéis em seus dízimos.
A hipocrisia e a demagogia imperam em meio a multidões de membros integrantes de uma religião que diz caminhar para o céu. Promessas e milagres duvidosos são o chamariz para induzir pessoas leigas e incautas a aumentar o número de fiéis na congregação dos " santos".
Os mesmos que pregam a paz, o amor de Deus e a salvação, são os mesmos que abrem suas bocas em um púlpito, na casa de oração, e veementemente professam frases e xingamentos à outros  religiosos de outras denominações. 
Estes mesmos tomam o juízo de Deus, decidindo como e quem entrará no céu ou será condenado ao inferno, tomando por base o texto bíblico.
Os mesmos que pregam a paz, o amor de Deus e o perdão, são os mesmos que abrem suas bocas num púlpito para condenar à outros ao inferno como se Deus lhes tivesse outorgado o cetro divino e lhes dado o poder de julgamento, absolvição ou condenação.
Os mesmos que elencam, sob a sombra dos textos bíblicos, uma lista de pecados, são os mesmos que cometem cada um deles, apoiando-se numa absolvição antecipada pelo sacrifício de Jesus Cristo.
Suas pregações eloquentes e entusiasmadas induzem os ânimos a sentir algo mais que o natural; leva a um êxtase, por aquele momento, atuando sobre a mente e conduzindo a pessoa a acreditar ser isso algo divino.
Aproveitando-se desta situação muitos aventuram-se a abrir templos e a convocar seguidores usando como escudo a bíblia e como artimanha a sedução pelo ouvir e falar. E para manter estes fiéis lealmente ligados à sua denominação, entram para o vale-tudo.
A briga de dois homens que se dizem " servos de Deus " e pregam a salvação tornou-se motivo de chacota e de debates na mídia por alguns dias. Dois homens que lideram duas denominações fortes no meio evangélico no Brasil.
Nessa guerra pelo poder religioso, nesse vale-tudo evangélico, eles criaram uma situação contraditória; pregam o amor, a paz, a harmonia entre os irmãos, etc..., mas, simplesmente não conseguem viver nenhuma de suas pregações.
A verdade é que esta " guerra santa " nada mais é que uma " guerra fria ", onde os interesses pelos dízimos dos milhões de fiéis não pode ceder à verdade, à fé, ao amor e à paz de Deus.
A verdade é que todas as boas características morais anteriormente enfatizadas pelos evangélicos são hoje banalizadas por eles mesmos, que vêm se mostrando cada vez mais, menos fiéis às suas próprias convicções embasadas no contexto bíblico.
Quem sai perdendo nesta briga, são aqueles que, com muito trabalho ganham seu dinheirinho e, por fidelidade às suas crenças, tira dele 10% para atender à ordem divina de ser dizimista; muitos têm uma vida simples, ganham salários ínfimos e muitas vezes mal podem comprar com seu salário os próprios víveres, necessários à sua sobrevivência.
A liberdade religiosa está garantida na Constituição Federal, porém, deveríamos ter leis mais rigorosas quanto a isso, impedindo que homens como estes enriquecessem com o dinheiro de pessoas humildes, desprovidas de conhecimento e discernimento para saber quem eles são e quais suas intenções.
Na verdade, o dízimo, foi instituído para provimento da casa de oração e de seus fiéis; para que nada faltasse ao povo; hoje não deveria ser diferente, mas contrário disso, o dízimo serve apenas para enriquecer os mais espertos enquanto que aqueles que deveriam ser favorecidos estão constantemente em necessidade.
Esta é uma guerra que ainda está bem longe de acabar ; a alienação de muitos  levam-nos a seguir determinadas religiões que nada mais são que charlatões revestidos de habilidade e desenvoltura para ludibriar e enganar as pessoas em função de apenas uma coisa : DINHEIRO.
Mas, esta GUERRA SANTA ainda não está no fim....aliás, talvez nunca chegue ao fim...








Por : Fátima Alcântara



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