sexta-feira, 9 de março de 2012

Será que é disso que precisamos?

A desigualdade social, tornou-se a maior característica brasileira nos últimos tempos; essa disparidade econômica reflete em grande proporção na qualidade de vida do povo e na sua expectativa de dias melhores.
A concentração de renda nas mãos de poucos, enquanto muitos fazem contorcionismo para sobreviver  com R$600,00; a escolaridade ainda precária, a falta de moradia, ausência de estrutura familiar, entre outras tantas causas já discutidas em todos os setores da informação.
É claro que sabemos que ao longo da história do país, temos longos e precários históricos de muita exploração e corrupção num país descoberto por estrangeiros e dominado por eles e seus interesses.
Infelizmente, existem aqueles que, mesmo com todos estes fatores contundentes às vistas da população, conseguem ludibriar o povo com festas e eventos patrocinados pelo dinheiro público, às custas do suor do trabalhador com as cobranças absurdas de impostos.
Um país com tamanhas riquezas naturais, uma agricultura abundante e um tropicalismo rebelde deveria oferecer aos seus cidadãos uma sobrevivência mais digna e mais decente, longe da marginalidade, da fome, da miséria, da violência, dos baixos salários e do desemprego; características estas que norteiam todos os Estados brasileiros.
As consequências desta desigualdade estão aí, a olhos nus, para que todos vejam e participem dela, direta ou indiretamente, porque todos, sem exceção, são afetados por ela. Ricos e pobres sofrem com essa disparidade econômica e perdem com isso, mas infelizmente, a consciência de muitos está estagnada com a ambição de poder econômico centralizado em poucas mãos.
Todos os idealizadores de uma sociedade melhor e mais justa tiveram suas ideias sobre como mudar este prisma, mas nenhuma delas é totalmente eficiente enquanto o homem pensar no acúmulo de bens apenas para alguns.
A má distribuição de renda, a precária educação e salários baixíssimos são o maior desafio para um país conseguir sair deste estado de subdesenvolvimento; a falta de vontade política também é um aspecto preponderante.
É óbvio que não podemos deixar de reconhecer o esforço de alguns para que haja mudanças neste aspecto, porém, não é suficiente; alguns projetos sociais desenvolvidos no país beneficiaram e muito uma classe desprovida de poder aquisitivo para ingressar numa faculdade, para adquirir conhecimento e qualificação profissional, mas ainda não é o bastante.
Existe uma condição a que o Brasil está sujeito e que pode aumentar ainda mais o curso de nossa história de desigualdade desde o descobrimento : a famigerada corrupção. 

Num país conhecidamente como o país do " jeitinho" não se pode exigir muito dos demais.  Execrar a corrupção é a forma mais adequada para dar-se início a um crescimento evolutivo de ideias, conceitos e costumes de uma sociedade idealizada por tantos e compartilhada apenas nos ideais empíricos dos filósofos mais conceituados.

Os poderosos, outorgados pela população, usam de artimanhas e subterfúgios para enganar o povo e extrair dos cofres públicos o máximo que podem para acrescentar á sua fortuna; e o povo não consegue ter consciência de que há necessidade de uma revolução.
De nada adianta ir às urnas e votar; as propagandas, enganosas por sinal,  incitam o povo a que votem com consciência, mas os mesmos homens corruptos que desolam os cofres públicos permanecem lá nas cadeiras dos representantes do povo.
Que consciência pode ter um povo semi analfabeto, alienado a concepções formadas com intenção de ludibriar a despeito de obter vantagens econômicas? Como pode um povo contaminado com favoritismos e nepotismos e tantos outros " ismos ", saber realmente o poder que tem em suas mãos?
É o que fazem eles para "tapar o sol com a peneira?" - constroem monumentos milionários, promovem eventos extraordinários, tudo com dinheiro público para cegar o entendimento do povo e fazê-los acreditar que o país está em "desenvolvimento".
Se existem tantos milhões para uma festa chamada carnaval, porque não há para exterminar com a pobreza? E o que é pior, os próprios usurpados são coniventes com ela.
Vejo todos os dias, pichado num muro esta frase : " Não precisamos de estádios, precisamos de escolas."  Sem dúvida alguma, precisamos de educação de qualidade para que o país tenha maiores perspectivas de crescimento sócio-econômico.
As propagandas sobre a copa de 2014, acontecimento este que se dará no Brasil, estão alavancando interesses dos mais poderosos de todos os países num país onde pode-se tirar proveito dos mais incautos e miseráveis em favor próprio.
Gastam-se milhões, que para acabar com a fome e a miséria, não existem, para construir um estádio que em nada favorecerá estes tantos; porque então não usam estes milhões para exterminar com favelas, violência urbana e moradores de rua?
Passamos ao largo, olhando com desdém àqueles que estão à margem da sociedade por falta de oportunidade de ter o mínimo para sua sobrevivência. 
A nossa Constituição nos favorece com suas leis escritas, mas na prática, não têm efeito para diminuir esta desigualdade social absurda.
Enquanto alguns poucos degustam seus vinhos e caviares em festas glamourosas, muitos  buscam o resto, a sobra para sobreviverem a uma realidade cada vez mais visível no Brasil.
Não basta fazer estudos sobre o assunto; escrever e falar sobre é muito fácil, difícil é agir contra esta situação e agir com vontade e determinação, desejando com a alma que este perfil brasileiro mude.
O poder está detido nas mãos de poucos, favorecendo-se da miséria da maioria.
Desemprego, violência, criminalidade, poluição, saúde precária, falta de habitação e educação e  trabalho infantil são fatores preponderantes para que um país seja desolado; mudanças são necessárias; lutar por um mundo melhor deve ser o principal objetivo e ideal de uma nação.

Uma reforma política  e a educação para o exercício da cidadania são fatores importantes a serem implantados para iniciar o processo de desenvolvimento e extermínio dos males de uma sociedade capitalista.  
Conscientizar-se de que há um único fator que desencadeia todas as situações aqui expostas é necessário, pois sem este instrumento o povo fica à mercê dos poderosos e da instituição da pobreza e da miséria que assolam o país.
Fechar os olhos para isso é compactuar com eles; cruzar os braços é acovardar-se; virar as costas é menosprezar um povo que a duras penas conquistou muitas liberdades hoje assistidas por nós e que serão usufruídas pelos nossos filhos.
Um Brasil esplêndido idealizado em seu hino nacional ainda pode ser visto; basta que os homens percebam que de nada adianta ter milhões em uma conta corrente se não podemos usufruir com tranquilidade e paz, já que os próprios poderosos são vítimas de sua própria ganância. 
Sonhar e acreditar é preciso.



Por : Fátima Alcântara

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial