Os estereótipos.

Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação.  São estas imagens preconcebidas que motivam o preconceito e a discriminação.  Alguns grupos são "separados" para serem alvos deste ato desrespeitoso. Atribui-se características a algumas pessoas que as colocam como motivo de chacota e depreciação.

Sendo disseminado no meio humorístico, torna-se uma forma sutil com a presunção de inocência para usar o termo como método pra fazer rir. Com isso, implica-se a manifestação de homofobia, intolerância religiosa, perfil físico, racismo, xenofobia, machismo, entre outros estereótipos já criados recentemente. Até mesmo a maneira de vestir é motivo hoje de críticas e zombaria.
Etimologia :  Vem do grego stereos e typos compondo impressão sólida. A palavra nasceu no mundo da impressãoe refere-se á placa metálica criada para impressão.
Em seu livro Representações sociais: investigações em psicologia social, Serge Moscovici diz “Representações, obviamente, não são criadas por um indivíduo isoladamente. Uma vez criadas, contudo, elas adquirem uma vida própria, circulam, se encontram, se atraem e se repelem e dão oportunidade ao nascimento de novas representações, enquanto velhas representações morrem.” (Moscovici, 2003)
Segundo esse psicólogo, é extrememente importante que consideremos que as representações sociais são capazes de influenciar o comportamento do indivíduo e, dessa forma, gerar movimentos que englobem uma coletividade.
Há quem faça diferença entre ser alto ou magro, branco ou negro, gordo ou magro...o que não se percebe é que, não fossem os pré-conceitos elencados por uma massa uniforme chamada mídia, nada disso seria diferença. Inclusive devemos pensar nisso, porque as diferenças são fatores necessários para nossa convivência em sociedade já que se fôssemos todos iguais, a sociedade seria inerte como um todo e em tudo. A miscigenação traz a beleza de características exóticas e acrescenta ao mundo a noção do milagre da vida e da natureza.

A igualdade deve ser respeitada em tudo e não apenas nas leis, mas no cotidiano, na convivência do dia a dia, nos laços familiares, no trabalho, na escola, na vida.

Alguns estereótipos mais usados com frequência : 

A loura burra :  Ser loura, ou pintar os cabelos de louro, tornaram-se estereótipo de " burrice", não obstante sabermos que até mesmo usar o termo " burro" que vem do nome do animal é de tamanha ignorância, pois sabemos que o animal que tem ste nome, de " burro " não tem nada.

A cor dos cabelos não afeta o potencial do cérebro humano. O fato de algumas mulheres, por serem motivo de cobiça pela cor dos cabelos, tornarem-se fúteis não quer dizer que todas as mulheres louras o são.

Quanto ao burro, um animal usado para carga, já que sua força o propõe a isso, necessariamente não o denomina um animal sem inteligência.

O mauricinho: O fato de se vestir bem, ter educação e ter ar de " filho de rico" também é uma das motivações para classificarem estas pessoas.

Isso denota uma reprovação medíocre, já que numa sociedade capitalista, não se pode querer que todos trajem-se igualmente. E a maneira como nos trajamos é produto do meio e das condições financeiras em que vivemos. Isso, em nada desmerece quem se traja de diferentes formas.

A exemplo disto, podemos ver qual o efeito que a sociedade faz sobre nossa maneira de pensar e agir; cada um de nós tem a possibilidade de discernir o que é correto ou não, o que é decente ou não e o que é respeito e desrespeito.

Observe esta figura: Ambos são vítimas da discriminação e do preconceito; uma mulher gorda e um negro; mas ambos  permitem que as ideias estereotipadas entrem em sua mente e mal percebem que apoiam, inconscientemente esta ideia.

Uma coisa é importante enfatizarmos :  Olhe para sua família. Quantas pessoas existem ao todo? Na minha, mais de 60 pessoas. Olhe para cada um deles. Quantos deles são iguais a você, digo, em cor, tamanho, peso, forma de se vestir, falar ou andar; e porque são diferentes de você, merecem menos respeito? Ahhh, com sua família talvez você não queira que isso aconteça, ou não tenha percebido que nela também há negros, altos e baixos, magros e gordos; alguns vestem-se bem outros nem tanto.

Infelizmente somos um país de muitas belezas, mas ainda assim,  " nós mesmos " nos classificamos  assim:

Precisamos sim, mudar esta cultura atrasada e medíocre e aprendermos a olhar as pessoas com respeito; respeito esse que queremos para os nossos entes queridos, porque na verdade somos uma só ramificação; as diferenças estão nas escolhas que cada um faz no seu modo de viver.

Sigamos o exemplo das crianças :  Criança não faz acepção de pessoas; elas estudam nas escolinhas do jardim e do pré com negros, nordestinos, magros e gordos, altos e baixos e não vêm diferenças.

Se percebermos, em nosso cotidiano, estereotipamos quase tudo; desde os mais complexos até o mais simples; e se pararmos para pensar nada disso é bom em nossas vidas, afinal a própria vida se encarrega de nos ensinar.

Não podemos deixar de lembrar aqui que, a educação vem de berço; a escola é uma continuidade desta educação; o professor não tem obrigação de dar este ensino primordial para formarmos nossa base e estrutura como cidadãos que seremos no futuro.

A inocência das crianças na convivência com o próximo é um exemplo a ser tomado. Quando nos tornamos adultos " racionais ", parece-me que tomamos um caminho inverso pois  passamos a depreciar todos ao nosso redor devido a diferenças fúteis e menos importantes do que o que há de melhor na vida: Conviver bem com todos.

Temos milhões de exemplos e razões para compreender que isso em nada nos faz ter uma sociedade justa e apropriada para o crescimento de nossos filhos; ao contrário, isso gera a violência física e moral e traz graves consequências que serão refletidas em nós mesmos e em nosso lares. Criamos preconceitos que acabam por prejudicar a nós mesmos; numa sociedade onde a violência supera a paz ;  devemos sim, criar meios de boa  convivência e respeito entre todos.

Não importa se você é negro, se é branco, amarelo ou cafuzo; se o seu peso está acima do meu ou se você se veste melhor do que eu; o que importa na verdade é que o seu CARÁTER seja digno assim como o meu. O resto são só diferenças visíveis que em nada alteram a pessoa que cada um de nós pode ser.

Por : Fátima Alcântara