domingo, 1 de dezembro de 2013

Vida e morte, seres humanos....

Assim como tudo na vida, nada acontece por acaso e tudo tem seus dois lados - positivo e negativo; numa sintonia harmonizada, a vida, na sua mais sublime melodia, escreve os destinos sem permitir-nos que saibamos o porquê.
Os dias vão e vem, seguindo uma trajetória intensa de fatos e acontecimentos que por muitas vezes passam desapercebidos por nós e, muito embora, façamos projetos e tracemos rotas, nem sempre, todos os acordes soam no mesmo tom.
A musicalidade e a beleza dos acordes nem sempre agradam todos os ouvidos; a música nem sempre é aquela que queremos ouvir; os acordes são perfeitos, divinos, exatos, mas o seu efeito, aos ouvidos de cada um, soam com tons diferentes.
A vida, assim como sonhamos e projetamos não segue o nosso ritmo, mas a sua própria melodia, seus próprios acordes, sintonizando aquilo que deve ser; ainda que todas as batidas e os compassos sejam harmoniosos, ela segue sua sequência natural para fazer a melodia que entende ser ideal.
Nascemos, crescemos, vivemos e morremos...tudo num compasso igual, apenas com circunstâncias diferentes, mas a todos, ela leva a um único final, um único acorde - a morte. E o que é a morte em nossos pensamentos? Sabemos que ela está ali, sabemos que ela virá, mas preferimos ignorá-la, não pensar, não falar até.
Ela é o último elo de toda uma trajetória traçada, é o que põe fim numa sequência de anos vividos, bons ou ruins, alegres ou tristes, ricos ou pobres. E o que somos diante desta realidade? Nada. Apenas meros espectadores da vida. Assistimos ela passar diante de nossos olhos como a um filme na tela de televisão ou cinema.
Na expectativa de participar da vida, das melhores coisas e dos melhores acontecimentos, nos entregamos de alma e corpo, de forma a nos esquecermos que há um limite estabelecido e que este limite nos reserva um fim, do qual ninguém quer ao menos lembrar.
Pensar na morte é como repensar todos os nossos atos, toda a nossa trajetória, rever nossos conceitos, retificar nossas atitudes e ratificar nossas verdades.
Quando ela se dará? Ninguém jamais o soube, ou quem sabe, o saberá. Que dia chega? como chega? Não se sabe; não nos permitiram saber. Pensando profundamente sobre isso, melhor mesmo é que não saibamos; a surpresa, se é que podemos chamar assim, é ideal para nossa razão.
Há quem desperdice seu tempo determinado aqui na terra com coisas fúteis e banais; há quem viva tão absorto no seu cotidiano que se esqueça de que ela - a morte - é real; há quem viva correndo contra o tempo, buscando seus objetivos, consciente de que ela virá, mas não pode parar no tempo a esperar.
Essa melodia harmoniosa que é a vida, também tem seus desarranjos, desafinos; numa multidão de acordes entoados, há sempre aquele que sai do tom e traz um estilhaço aos ouvidos.  E a razão pergunta-se : A vida tem que ser assim ou nós a fazemos assim? Nenhuma razão, por mais loquaz que seja, poderá responder com veemência, a esta dúvida.
E entre um acorde e outro, a vida vai entoando sua melodia, harmoniosa ou não, apenas para se fazer acontecer, porque a música não pode parar de tocar e os ouvidos, quer gostem ou não, não podem deixar de ouvir.
A vida, incompreensível, inédita, incógnita, acontece, e como um quebra-cabeças, vai tornando-se uma imagem visível e inteligível, até que sua obra esteja acabada; e quando esta obra torna-se terminada, a imagem fica inerte, absolvida pelos olhos que a contemplam e então, é o fim.
Assim é a vida e a morte - começo, meio e fim - de um acontecimento banalizado pela negligência humana, mas que, sem ater-se a isso, segue seu ritmo na mais sublime melodia, para dar a um outro plano, desconhecido por nós, o que restou de uma passagem inexplicável até então.
A morte é certa para o ser vivente e o outro lado, incerto; o que nos resta? Fazer e dar o melhor de nós, todos os dias, em todos os momentos, para todas as pessoas. O que nos resta do lado de lá? Não se sabe....mas importa que, enquanto aqui estamos, a nossa melodia seja perfeita aos ouvidos e embale os sonhos de cada um.
Que a nossa melodia seja o motivo do abrir de um sorriso, da sensação de paz e alegria no coração e da certeza de dias melhores.
Àqueles que se foram, nada se pode dizer; mas àqueles que ainda estão conosco - é momento de reflexão, de repensar nossas atitudes, nossos atos, rever nossos conceitos e cantar numa só melodia, a esperança de um mundo melhor.
Não espere ver no rosto frio de um cadáver, um motivo pra ser melhor; tente aperfeiçoar sua melodia para que ela seja o bálsamo que te cobrirá quando partires deste plano. 



Por : Fátima Alcântara

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