quarta-feira, 3 de julho de 2013

MARIONETES DE DEUS

NOTA : O que vou escrever aqui, se fosse escrito em tempos da inquisição, eu seria queimada na fogueira; para mim, como para todos que se aprimoram mais no conhecimento, não existe uma VERDADE ÚNICA, cada pessoa tem sua maneira de ver as coisas e compreendê-las. Assim, na minha visão, colocarei aqui alguns dilemas, dúvidas e conceitos a respeito de um assunto que talvez, nunca seja elucidado, mas que sempre será motivo de grandes discussões.





MARIONETES DE DEUS 

Estamos envoltos ainda em muitos mistérios quanto a nossa existência; o único conhecimento que temos além de algumas descobertas da ciência é o livro chamado " Bíblia Sagrada ".  Baseando-me nesse contexto, percebo muitas contradições e incógnitas que criam apenas mais dúvidas e perguntas e que com certeza não serão facilmente resolvidas, porém, devem ser analisadas.
O combate celestial entre Deus e Lúcifer iniciou todos os efeitos, dos quais somos hoje, protagonistas.
O que não se pode compreender nessa contrariedade quanto ao contexto bíblico; se Lúcifer era o anjo mais belo e forte do céu, regente do coral e se foi o próprio Deus ( Onisciente, Onipresente, Onipotente) que o criou, porquê então, este mesmo que o criou, permitiu que aquele fosse acometido pelo mal? Ou que tivesse entrado nele o mal? Mas este mal, de onde provém? Deus não é o princípio de TUDO?
E se Deus é tão poderoso assim, porque então não destruir simplesmente Lúcifer para que o mal não se espalhasse sobre a terra? Porque permitir que a sua criatura, nós, reles seres mortais fôssemos devorados por este sentimento perverso?
Toda a trajetória da história descrita no contexto bíblico, traz consigo muitas contradições e controvérsias que ainda deixam muitas dúvidas e perguntas em nossa mente.
- Porquê Deus nos criou? Com que intuito? Para quê viemos à terra?
- Porquê permitiu e ainda permite, se é que existe, a influência de satanás no mundo?
-Porquê permitir que o homem tomasse os caminhos que tomou, sendo Onisciente, podendo ao menos regular tantas atrocidades, tanta maldade, tantos erros?
E alguém pode falar de livre arbítrio. Será que temos realmente livre arbítrio? Entende-se por livre arbítrio = livre escolha, livres decisões; compreende a livre decisão e escolha entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos. A teologia afirma que a doutrina da Onisciência divina está em conflito com o livre arbítrio; se Deus sabe o que acontecerá e qual será a escolha de um ser humano, o livre arbítrio está ameaçado, ou em questão.
As escolhas que fazemos na vida são mesmo nossas? Somos conduzidos pela nossa própria vontade ou somos induzidos a acreditar que são estas as nossas escolhas?
Se somos realmente livres em nossas escolhas, porquê então,  a pressão psicológica do medo do inferno?  No mundo terreno, temos liberdade até certo ponto; até onde nos é lícito, temos certa liberdade, mas estamos sempre limitados pela lei, pelo outro, pelas circunstâncias, etc... nunca poderemos ter total liberdade; se assim o fosse, poderíamos roubar, matar, ou cometer qualquer atitude, sem prejuízo da nossa tão afamada " liberdade ". O " se " e o " não " estão sempre à frente desta liberdade.
Um momento interessante desta não menos interessante história bíblica é o momento em que Judas vende Jesus Cristo por 30 moedas; o próprio Jesus disse que sabia qual seria o apóstolo que o iria entregar. ( S. João 6.64), e uma referência no Salmo 55.12,13), sendo assim, entende-se que Judas estava predestinado a ser o traidor. Foi escolha de Judas ser traidor ou ele fora apenas mais uma marionete neste trecho da história do cristianismo?
Na história da saída de Moisés com seu povo, do Egito, o próprio texto afirma : " ..mas eu endurecerei o coração de faraó, para que não deixe ir o povo." (Êx. 4.21); " Eu, porém, endurecerei o coração de faraó..." ( Êx. 7.3)
A própria vinda do messias e toda a sua trajetória fora predestinada e tudo o que aconteceu cooperou para que este cenário fosse apropriadamente íntegro ao que foi profetizado. Teria então, sido colocada de propósito, a árvore do conhecimento do bem e do mal no meio do jardim do Éden? Porquê então Deus a colocaria lá e alertaria à Adão e Eva que não a tocassem? Sendo Ele Onisciente, não sabia que Eva teria curiosidade em saber porque aquela árvore era proibida?
Muitos porquês, muitas dúvidas, ausência de respostas concretas; tudo isso apenas nos faz compreender que talvez, jamais, a ciência, o homem, saberá a verdade real sobre as verdadeiras intenções deste "ser " chamado Deus.
E, por causa do próprio entendimento, os homens criam conflitos, fazem guerras, odeiam, matam, separam-se em nome de Deus e de conceitos escritos em textos chamados " sagrados".
Então o que somos nós dentro deste contexto? Marionetes a serviço da vontade divina? Somos seres criados apenas para servir ao criador? E se não queremos serví-lo somos punidos? É a isso que chamamos " livre arbítrio " ? É uma troca a nossa relação com o divino?
Por meio da fé e crença no contexto bíblico, milhões direcionaram suas vidas e seguiram estas regras e até os tempos de hoje creem e seguem. A sua liberdade limita-se à regras estabelecidas pelo divino e àqueles que se rebelam e não seguem, sofrem graves consequências.
Num cenário histórico surpreendente e belo, mas cheio de contradições e misticismos, vemos a obscuridade de uma verdade ainda não muito clara e plena e uma liberdade ainda discutível. Não sabemos o que há na verdade do outro lado, não sabemos se realmente estes textos, os únicos que falam sobre o princípio do mundo e sua criação, são realmente uma  " verdade única ".
Se formos analisar à luz da filosofia, da sociologia, da ciência, entre outros conhecimentos, haverá sempre o conflito entre o conhecimento e a fé; a visão de cada pessoa situa-se dentro do limite do seu conhecimento e dentro dos limites da sua própria fé.



Por : Fátima Alcântara











0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial