Páginas da Vida.

Aprendi com os livros, coisas que muitos nunca conhecerão, poucos aprendem e alguns têm o privilégio de absorver; nas páginas brancas, escritas com tinta, palavras sutis e profundas, me trouxeram á memória cada instante vivido. 
Em cada capítulo, uma parte da minha história, em cada verso uma lembrança retida e em cada palavra, o sentido real de tudo aquilo que vivencei e ainda viverei; tão profundo e tão minucioso, retrata dia-a-dia a minha história, delineando passo a passo, cheia de sorrisos, lágrimas, anseios, angústias, alegrias, devaneios...
Em cada sentido conotativo, a dimensão daquilo que não é real, mas empírico, daquilo que é subjetivo na vida e no cotidiano. Aprendi nas páginas de um livro a minha própria história; compreendi nas páginas de um livro todos os meus atos, minhas imperfeições, mas também pude ver todos os quesitos de alguém que soube fazer a diferença.

Nas páginas deste livro, adquiri experiências, expus meus conhecimentos, guardei segredos, contei verdades e mentiras; mostrei meu desprezo, meu ódio, minha raiva, mas também declarei meu amor, minha sinceridade, minha lealdade; nestas páginas magníficas ficaram esculpidas em pequenas letras, formando palavras, uma história que ainda não chegou ao fim; ficaram descritos momentos inenarráveis, momentos que são para se esquecer, momentos inesquecíveis.

Aprendi com os livros a retórica da vida, a fórmula que não existe, o vácuo da razão; os porquês...

conduzi por entre pequenas letras uma viagem a um universo nunca jamais conhecido, empírico, doce, suave; expus ali minhas fraquezas e explorei ali meus limites; mostrei minha força e conquistei meu espaço.

Um capítulo, uma frase, uma palavra; em conjunto, formaram uma história cheia de ilusões perdidas ou de reflexões; cheia de harmonia ou desarmoniosamente expressas e ininteligíveis; nas páginas deste livro aprendi que o próprio louco acredita nas suas loucuras e que o são não sabe o que é verdade; que o universo conspira a favor e contra, que tenho um anjo e um demônio e que ninguém possui a verdade concreta.

Aprendi que viver não exprime o melhor a ser vivido e que morrer nem sempre é tão cruel; aprendi que dentro de minhas limitações, posso ser maior do que penso ser, posso ter mais força do que sinto ter. Que num momento qualquer e em qualquer lugar pode renascer algo chamado esperança; que o fruto do contexto deste livro pode desabrochar em uma outra história e que esta história pode ser um novo começo.

Mas, alguém pode perguntar : "Mas, que livro é este?" E eu prontamente o responderei: " O livro que você escreveu com sua mente, boca, mãos e pés"

Porque com sua mente elaboras os pensamentos, com a boca, os pronuncia; com as mãos os escreve e com os pés, os trilha.

Embora o ser humano seja incapaz de aprender em tempo, há excessões; mas àqueles que se demoram a aprender, nada como a última página do livro que diz: "É o fim"


Por : Fátima Alcântara