De repente 30...
A vários anos atrás, assisti " De repente 30"; então fiquei imaginando meus 30 anos tão longe e sabe-se lá o que eu estarei fazendo; hoje, estou aqui no fim dos meus 20 e poucos anos e penso: " O que mudei? Há o momento em que a pessoa olha para trás e se pergunta: " O que estou vivendo é realmente aquilo que planejei para mim?" Lembrei-me então da letra da música - Já é - de Lulu Santos - "...tem dias que a gente olha pra si e se pergunta se é mesmo isso aí...que a gente achou que ia ser quando a gente crescer..." Olho para trás e vejo quanto mudei sem deixar de ser quem sempre fui; de uma certa forma continuo sendo a mesma. Quando nascemos, a única coisa que temos é a vida (ao aspirar o ar desta terra) e um corpo que se move; nada sabemos, nada decidimos, nada pensamos; estamos entregues a uma formatação para sermos aquilo que nossos pais e sociedade querem. Estamos crescendo fisicamente - comemos, tomamos banho, fazemos nossas necessidades fisiológicas - coisas da natureza; o cérebro se desenvolvendo, os músculos do corpo e toda nossa genética sofrendo uma evolução natural do tempo. Ser humano não é a mesma coisa que PESSOA, como também não é o mesmo que cidadão, este muito mais próximo do termo PESSOA. Ser humano é um termo muito mais genérico ou indeterminado que diz respeito á espécie, á classificação, ao mundo zoológico. É por isso que nos sentimos mais á vontade em dizer HOMEM (ser humano) das cavernas e não PESSOA das cavernas. Quando paramos para pensar em tudo que somos e no que fazemos, vem a conflitante pergunta: " O que mudou?" " Será que tudo o que fiz foi a escolha acertada?" Dúvidas cruéis pairam em nosso pensamento. Nós evoluimos com o passar dos anos; somos domesticados (como animais que somos), educados, ensinados, admoestados e até mesmo treinados. Sim, treinados a ter um comportamento adequado e ideal ao mundo em que vivemos. Este é nosso maior conflito. Nos colocaram diante de diversos caminhos,nos ensinaram a fazer uma escolha, mas não nos garantiram que a escolha que faríamos seria a correta. E aí vem a dúvida cruel : " Será que o que escolhi foi a escolha adequada?" " E se eu fosse por outro caminho, será que seria igual?" Refletir sobre tudo aquilo que fizemos e escolhemos para nossas vidas é um momento complicado, mas necessário na vida de cada ser humano; é claro que existem aqueles fatores que são imprevisíveis e inevitáveis que ela, a própria vida, coloca diante de nós. Não há como fugir; é correr ou abraçar. Até um determinado momento de nossas vidas somos tudo aquilo que nos ensinaram a ser; podemos nos lembrar até das frases sempre muito parecidas de nossos pais e professores: "..menino (a) não faça isso!" "...menino(a) faça aquilo!" - Então nos perguntamos : " "Somos o que podemos ser?" Agora lembro-me da música dos Engenheiros do hawaí - "...um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão...um dia me disseram que os ventos ás vezes erram de direção..." " Um dia me disseram que eram donos da situação; sem querer eles me deram as chaves que abrem essa prisão" - E qual não é a nossa surpresa, quando soltos ao vento, á vida, depois de domesticados, descobrimos um novo horizonte, cheio de coisas novas. Nossas ideias, vontades, práticas tornam-se nossas; personalidade, caráter, valores são adquiridos com base naquilo que fomos ensinados, mas, escolhas nossas ( as chaves desta prisão). E a vida continua, com seus demasiados devaneios e suas conflitantes lógicas indecifráveis; não nos permite saber seus segredos, mas nos exige saber a escolha certa, ou ao menos, acreditar que é esta a coisa certa a fazer. E, chegando perto dos meus 30 anos, me vejo aqui, em pensamentos mil, tentando imaginar como seria se as minhas escolhas e decisões tivessem sido outras. Loucura! Melhor não pensar. Quando nos tornamos adultos recebemos sobre nós a culpa dos erros cometidos, a responsabilidade dos atos praticados e a exigência de uma conduta adequada. " Quando será que seremos o que podemos ser?" " Quando seremos aquilo que devemos ser?" " Quando seremos aquilo que queremos ser?" Nós realmente somos o que queremos ser? Ou somos o que devemos ser? A vida é cheia de enigmas indecifráveis e o melhor é não ir em busca de uma verdade perdida, mas encontrar as saídas da vida. Aprendemos com nossos erros e acertos que de nada adiantará querer saber decifrar estes enigmas; podemos apenas VIVER e isso basta. Tem um versículo bíblico que diz : "...do seu coração provém as saídas da vida!" Siga então, o seu coração, é claro, com uma pitada de percepção razoável das circunstâncias, porque o coração é emocional e nem sempre faz as escolhas certas; mas com certeza ele sente, muitas vezes aquilo que os olhos não podem enxergar. VIVA e não leve tão a sério as circunstâncias que a vida te propõe; apenas VIVA!
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