Relacionamentos nos dias atuais.
O quê se falar sobre relacionamentos em pleno século XXI, numa era de grandes evoluções e conflitos humanos internos?
De tempos em tempos, notamos a humanidade cada vez mais individualista e materialista; notamos que as pessoas, nessa sua individualidade, não se permitem mais a simplicidade e a naturalidade, não se permitem confiar ou serem confiáveis; notamos que não mais se cultiva o " ser ", mas sim o que se " deve ser ".
A busca constante pelos anseios, pelo sucesso e ascensão numa sociedade totalmente capitalista e direcionada ao materialismo, tornamo-nos frios, calculistas, obstinados por alcançar fama, sucesso e dinheiro e abandonamos aquilo que é essencial à essência humana - o " ser " interno.
Não obstante sabermos que, devido ao crescimento populacional, as diferenças de cultura e costumes nos levam à atitudes diferenciadas e mais racionais, analisando isso como um todo, podemos perceber que, ao abandonarmos certos conceitos morais e até cívicos, nos tornamos bem diferentes daqueles que já passaram por décadas de conhecimento e experiência na vida.
Não é obsoleto quando identificamos em nosso meio, pessoas com mais anos de vida que pensam e agem diferente daqueles com menos anos de vida; costumamos falar algumas frases muito conhecidas como : - este é das antigas...no tempo da vovó...etc...
Com a evolução e a tecnologia avançada, entramos numa era que, assim como tudo na vida, tem seus dois lados : o Ying Yang - o lado positivo e o negativo - o bem e o mal - o bom e o ruim; perdemos com isto alguns valores e conceitos e adquirimos alguns conhecimentos e experiências que melhoraram nossa condição de vida também.
A perda de valores humanos e a quebra de princípios foram exterminados por um sistema que visa apenas aquilo que é material e o que mais interessa aos fatores de conveniência da atual sociedade; estamos deixando de lado aquilo que é essencial para dar lugar àquilo que é urgente; status, poder e força sublinhados pelo - ...manda quem pode, obedece quem tem juízo...
A busca de uma sociedade menos desumana ainda impera em algumas mentes mais sábias; as pessoas estão desanimadas, desmotivadas...a depressão como mal do século, o egoísmo, o desinteresse e o desrespeito....tudo entrando num colapso universal.
Não somos máquinas criadas para sustentar um sistema social pautado em interesses comerciais, mas seres humanos, constituídos de corpo, alma e espírito (*) e direcionados a respirar um ar puro e viver uma vida de paz e harmonia, ao menos.
Perdemos a sensibilidade, a ternura e a capacidade de apreciar as coisas mais simples da vida; convivemos com a ostentação, a discórdia e o egocentrismo; não conseguimos mais imaginar uma sociedade sem corrupção, mentiras, engodos políticos, sem marginalização...
Vivemos, intimamente ligados à uma utopia de ver em todos, o respeito, a dignidade, a honra, a ética e a moral, sem percebermos que este sonho está aquém da nossa vã filosofia. Tudo está distorcido, tudo está desorganizado e desmoralizado. Parece-nos que caminhamos para o fim, quando todos falam em evolução. Mas pode-se falar em evolução quando nos deparamos com o abismo?
Como então não sofrermos os efeitos desta sociedade contemporânea nos relacionamentos? Lembramo-nos de algumas décadas atrás quando um namoro começava por meio de um diálogo e uma aproximação e em contraste, hoje, os relacionamentos começam por meio de redes sociais numa tela fria; nesta mesma época, quando alguém se aproximava, a priori, chamava para um cinema, um restaurante, hoje, chama-se para um motel; os relacionamentos iam se construindo com o tempo, criava-se um carinho, afeto, companheirismo e surgiam com isso um sentimento concreto, forte e decidido...
Hoje, a rapidez com que tudo acontece é a mesma que finaliza este relacionamento; hoje tudo é muito superficial nos vínculos afetivos; os relacionamentos tornaram-se jogos de interesse. Vivenciamos isso todos os dias por meios de telecomunicações; você vale pelo que você tem e não pelo que é; o prazer sem compromisso e a vida dupla, sem respeitar os sentimentos dos outros.
Há uma grande parcela de culpa de nós mesmos neste fato ou até mesmo culpa total. Não conseguimos entender os " amores " existentes, tanto mais complexos quanto a vida; amores que matam, que machucam, que magoam, que destroem; falam-se em sentimentos, mas apenas por palavras, quando na verdade, amor se mostra com atitudes, atitudes estas que devem ser , por sua natureza, à altura do sentido real da palavra AMOR.
O que impera hoje na atualidade são os valores estéticos e monetários; é óbvio que logo cairão na decadência da separação, pois um relacionamento não se constrói em cima de futilidades; a superficialidade nestes relacionamentos tendem a cair em derrocada.
Tudo começa numa escolha - somos nós que iremos partilhar as características escolhidas em nosso (a) companheiro (a) e não a sociedade, em função da qual vivemos; devemos rever os atributos que estamos priorizando.
O que se observa é a ausência do respeito mútuo, da cumplicidade entre os casais, o desrespeito entre ambos e a ausência de um amor construído em bases sólidas e não na ilusão dos relacionamentos do atual século e no jogo de interesses.
Como então mudar as estatísticas quanto aos relacionamentos nos dias de hoje? Pessoas estão cada vez mais solitárias, sozinhas, sem perspectivas quanto às outras e sem dar crédito a um relacionamento realmente duradouro e feliz.
Psicólogos, psicanalistas entre outros profissionais de conhecimento na área dão, cada um em seu entendimento, ideias e conselhos para melhorar ou até resolver esta situação; terapias de casais, entre outros preceitos são usados para tentarem atenuar uma situação que já vem decaindo a décadas.
Homens e mulheres reclamam dos relacionamentos - mentiras, traições, brigas, fofocas, etc... tudo numa inversão absoluta dos valores que deveriam somar numa relação entre duas pessoas que almejam manter um relacionamento saudável e feliz.
Alguma solução para isto? Que tal revermos nosso conceitos? Que tal retomarmos alguns valores? Que tal mandarmos flores ao invés de mensagens ou sermos cordiais ao invés de brigas e provocações? Que tal respeitarmos os sentimentos do(a) nosso (a) parceiro(a)? Que tal sermos mais sinceros e verdadeiros com nossos próprios sentimentos, assim, preservando também os sentimentos daqueles que dizemos amar?
Alguma sugestão?
Vamos tentar?
Por : Fátima Alcântara
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